domingo, 15 de abril de 2007

Símbolos *eneagrama

Conheça o Eneagrama

O que é o Eneagrama?
Muito se escreveu sobre o que é o eneagrama, mas na maioria das vezes o autor se refere mais ao seu uso específico do que ao que seja o eneagrama em si.
Como sua utilidade se presta às mais diversas áreas, como a filosofia, a física, a administração, as psicoterapias, etc., muitos confundem a sua aplicação com a natureza do próprio símbolo.

Sua origem não é conhecida. O que se tem são informações sobre sua aplicação, há mais de 4.000 anos, pelos sumérios, pela fraternidade Sarmaun, por Zoroastro, Pitágoras, e outros.
Na atualidade, destacam-se três indivíduos que prestaram contribuições significativas quanto ao uso do símbolo do eneagrama: o filósofo armênio G. I. Gurdjieff (falecido da década de 50);o filósofo boliviano Oscar Ichazo (Instituto Arica); e o psiquiatra chileno Cláudio Naranjo (Instituto SAT).

Em síntese, o eneagrama é um símbolo que pode ser usado para representar qualquer processo que se mantém por auto-renovação.
O processo se divide em 9 etapas e, dispondo-as adequadamente no símbolo, podemos estudar a relação entre elas.
Uma comprovação desta característica singular pode ser demonstrada por meio do processo das dízimas periódicas.
Se dividirmos 1 unidade por 3, obtemos uma sucessão infinita de 3: 1/3 = 0,333333...
A soma da outra terça parte gera uma sucessão infinita de 6: 1/3 + 1/3 = 2/3 = 0,66666...
Quando somamos a terça parte final, geramos uma sucessão infinita de 9: 1/3 + 1/3 + 1/3 = 1 = 0,99999...
Entretanto, quando dividimos 1 unidade por 7, obtemos a seguinte sucessão infinita: 1/7 =0,142857142857... Exatamente o movimento que podemos notar nas linhas que se interligam no símbolo do eneagrama.

O eneagrama não é uma filosofia específica. Freqüentemente o eneagrama é tomado como se fosse parte de um conhecimento específico, quando na verdade este corpo de conhecimento usa um eneagrama para seus fins e interesses.
Esta confusão acontece, principalmente, quando alguém conhece a aplicação de um eneagrama como se ela fosse o eneagrama em si.
Hoje podemos encontrar centenas de aplicações de eneagramas, nas mais diversas áreas.
Como mostra dessa variedade, o International Enneagram Association –IEA (www.internationalenneagram.org), tem como um de seus objetivos divulgar as diversas aplicações do eneagrama.

Todos nós adotamos padrões de comportamento, desde coisas comuns do dia-a-dia, como a maneira como nos enxugamos depois do banho, a forma de cumprimentar uma pessoa que nos é apresentada, como escovamos os dentes, etc. Até mesmo em questões mais complexas, como a forma com que julgamos os outros, o que é certo para nós, como percebemos a realidade, etc.

Quando, no Eneagrama, dizemos que alguém tem um Padrão de Comportamento ou Tipo, estamos nos referindo ao conjunto de ações, pensamentos e sentimentos apegados a uma emoção predominante. Conjunto esse que é muito pessoal, dinâmico e, nesse sentido, também singular. Mesmo assim, nossa referência é a emoção que sustenta esse conjunto, chamada de Vício Emocional.

Utilizar o Eneagrama dos Vícios Emocionais nos permite reconhecer como cada uma das 9 emoções está presente em nossas vidas e, conseqüentemente, qual é a mais presente e predominante. Quando este trabalho é dirigido, como no Instituto Eneagrama, o participante reconhece que, mesmo agindo de maneira diferente a cada situação e descobrindo coisas em si de cada um dos 9 padrões, existe uma motivação básica tão inconsciente quanto constante. Que cada fase está envolvida com um conjunto de emoções e uma mesma como predominante. Que ao longo da vida buscamos a mesma coisa, de formas diferentes.

ÉTICA DO ENEAGRAMA
(Stanford University)

1.    Conheça a si próprio primeiro.

2.    Desenvolva a aceitação e compaixão pelas diferenças entre pessoas.

3.    Ajude os outros a descobrirem o seu Tipo; não lhes diga qual Tipo eles são.

4.    Quando outro Tipo disparar uma reação negativa, olhe para o seu próprio Tipo, tentando encontrar a chave (compulsão). Assuma que a questão é com você.

5.    Não estereotipe, não assuma que somente certos Tipos são adequados para certas posições no mundo do trabalho, ou que outros nunca poderiam fazer isso ou aquilo. Lembre-se que o Padrão de Comportamento não é tudo que somos e sim algo a ser amadurecido.

6.    Esteja pronto para abrir seu coração para cada Tipo...., não sua mente crítica.

7.    O Eneagrama não é um jogo de psicologia-pop. É uma realidade sobre a natureza humana. Trate-o com respeito e cuidado.

8.    O melhor uso desse modelo de personalidade é começar a se libertar das limitações de seu padrão  de comportamento... ir além dele, para sua natureza superior.

9.    Lembre-se, não existe Tipo 10.

A seguinte descrição dos Tipos de padrão de comportamento objetiva uma visão geral, sendo insuficiente para uma auto-identificação.

É importante lembrar que não somos um Tipo de padrão de comportamento, mas sim, adotamos um como mecanismo de defesa ou de organização funcional na família e na sociedade.

Na abordagem do Instituto Eneagrama desaconselhamos a tentativa de auto-identificação por meio de questionários ou avaliações. Isto porque compreendemos que sozinho o indivíduo só irá reconhecer aquilo que estiver dentro da ótica de seu próprio Tipo. É necessária a contribuição de um profissional que lhe ajude a ampliar esta visão de si e consequentemente da identificação de seu próprio Tipo.

Tipo 1 - O Perfeccionista
Vício Emocional = Raiva

Características Positivas
·   Disciplinados
·   Objetivos
·   Determinados
·   Comprometidos

Características Negativas
·   Intransigentes
·   Rígidos, intolerantes
·   Exageradamente exigentes
·   Tensos

As pessoas que adotaram o Tipo 1 são centradas na ação, têm um senso prático exigente, que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. O vício emocional é a Raiva, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude esforçada e auto-imagem virtuosa – Eu estou fazendo a minha parte.

O nome Perfeccionista vem do alto nível de exigência, que as faz serem conhecidas como "cri-cris". Se isso tem que ser feito, não interessa se você gosta ou não, tem que ser feito...

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas duras e intransigentes, apegadas à dicotomia do certo-errado, justo-injusto, adequado-inadequado, acreditando que o esforço as faz merecedoras. Se todos fossem como eu, não teríamos de passar por isso...

Nas empresas, encontramos o Tipo 1 normalmente ligado a uma área em que seu esforço possa ser mensurado. Contabilidade, financeiro, organização e métodos são algumas das áreas comuns. Seu senso prático é muito útil nas situações em que os temas principais são a organização e a realização. Mas em sua compulsão, serão poucos aqueles que se adaptarão ao seu alto nível de exigência. Os detalhes tornam-se desproporcionais. É obvio que isto não está bom; se você se esforçasse mais, entenderia que bom é inimigo de ótimo.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 1 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Raiva) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Serenidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do certo-errado, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 1: Lilian Witte Fibe, Luiz Carlos Prates.

Tipo 2 - O Prestativo
Vício Emocional = Orgulho

Características Positivas
·   Empáticos
·   Carismáticos
·   Voluntariosos
·   Envolventes

Características Negativas
·   Inconseqüentes
·   Ingênuos
·   Teimosos
·   Intempestivos

As pessoas que adotaram o Tipo 2 são centradas na emoção, têm uma percepção aguda dos outros, tornando-se conquistadoras, que sabem como conseguir o que querem das pessoas. O vício emocional é o Orgulho, que, por ser inconsciente, é justificado com a atitude solícita e a auto-imagem bem-intencionada. Esta emoção sustenta um comportamento baseado na sensação de auto-suficiência e capacidade. Eu posso...

O nome Prestativo se adapta mais ao subtipo preservação; já o Sexual poderia ser chamado de Sedutor, e o Social, de Independente. De qualquer forma, a atitude comum é a de Eu posso, eu sei, eu faço. Hábeis nas relações, costumam ser conhecidos como pessoas queridas.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas nos outros, que se tornam agressivas quando não atendidas. Desenvolvem uma baixa tolerância a qualquer coisa que se traduza em cuidar de si mesmos. Sofrem quando têm de pedir algo ou quando não conseguem estar à altura da imagem idealizada.

Nas empresas, encontramos o Tipo 2 normalmente ligado a uma área em que haja relacionamentos com pessoas. Vendas, RH, secretariado e áreas assistenciais são comuns. Seu alto nível de empolgação e envolvimento com pessoas cria movimento onde havia marasmo, desperta nas pessoas a vontade de se envolver. Mas em sua compulsão, tornam-se manipuladores agressivos, que cobram cada movimento que tenham feito em direção ao outro, podendo mover as pessoas umas contra as outras.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 2 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Orgulho) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Humildade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da atenção do outro ou do valor que lhes dão, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 2: Ana Maria Braga, Xuxa, Tarcísio Meira.

Tipo 3 - O Bem-Sucedido
Vício Emocional = Vaidade

Características Positivas
·   Dedicados
·   Eficientes
·   Objetivos
·   Negociadores

Características Negativas
·   Dissimulados
·   Calculistas
·   Impessoais
·   Manipuladores

As pessoas que adotaram o Tipo 3 são centradas na ação ou no planejamento, visando reconhecimento.Têm uma visão mercantilista, que os guia na sua perseguição pelo sucesso. O vício emocional é a Vaidade, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude progressista e auto-imagem eficiente.

O nome Bem-Sucedido vem do seu apego à imagem e ao valor que ela traduz; o sucesso é um meio de conquistar valor próprio.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias, que disfarçam sua frieza com uma imagem humanista. São aficionadas pelo resultado, estressando todos ao seu redor em nome de uma excelência.
Os fins justificam os meios...se os ventos mudaram, ajuste as velas. Andam com um taxímetro nas costas, comprometendo-se com as pessoas na justa medida em que elas se tornam úteis para alcançar as metas.
Nas empresas, encontramos o Tipo 3 normalmente ligado a áreas em que haja possibilidades de crescimento. Vendas, advocacia, administração, autônomos, consultoria e assessorias
 são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de sintetizar idéias e comunicar-se gera orientação em função das metas. Mas em sua compulsão, tornam-se impessoais, exigindo das pessoas mais do que elas poderiam dar; e descomprometidos, podendo abandonar o barco diante de uma proposta mais atraente.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 3 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Vaidade) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sinceridade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do sucesso, admiração e reconhecimento, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 3: Ana Paula Padrão, Silvio Santos, Fernando Henrique Cardoso.

Tipo 4 - O Romântico
Vício Emocional = Inveja

Características Positivas
·   Sensíveis
·   Criativos
·   Detalhistas
·   Exigentes

Características Negativas
·   Instáveis
·   Críticos mordazes
·   Queixosos
·   Pouco objetivos

As pessoas que adotaram o Tipo 4 são pessoas centradas na emoção, são sensíveis ao ambiente e emocionalmente instáveis. A sensível percepção emocional faz delas pessoas que vêem o que a maioria não vê. O vício emocional é a Inveja, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude insatisfeita e auto-imagem de singularidade. Das 9 emoções descritas no eneagrama, a inveja é a mais incompreendida, agravando a dificuldade dos Românticos em se identificarem no eneagrama. O que facilmente reconhecem é a insatisfação.

O nome Romântico vem da comparação de sua vida com uma outra idealizada, em que Aí, sim, as coisas poderiam ser melhores. A crítica e a exigência de originalidade faz delas pessoas conhecidas como autênticas.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas no que falta, indo atrás, no caso do subtipo Preservação; sendo mordazes, no Sexual; ou, ainda, queixosos, no Social. Mas a característica comum é a insatisfação.  ...Se pelo menos fosse assim...

Como o foco é para o que falta e a comparação é constante, tornam-se pessoas críticas e muitas vezes irônicas. Há uma sensação básica de que foram “sacaneadas”  pelo mundo ou por outras pessoas.
Vale ressaltar que os subtipos do 4 são os que mais apresentam diferenças caracteriais, parecendo Tipos diferentes entre si.

Nas empresas, encontramos o Tipo 4 normalmente ligado a uma área em que a criatividade e a originalidade possam ser expressadas. Estilismo, decoração, psicologia e jornalismo são algumas das áreas comuns. Seu senso crítico apurado e o gosto pelo diferente criam um ambiente humano, onde se deseja estar. Quando sentem liberdade para se expressar, inundam o ambiente com cores. Mas em sua compulsão, tornam-se melancólicos, carregando o ambiente com sua sensação de insatisfação. Bom dia! - Diz João - Só se for para você! - Responde Vera.  

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 4 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Inveja) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Equanimidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da obtenção do que falta ou no que está fora, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 4: Paulo Coelho, Caetano Veloso, Miguel Falabella, Arnaldo Jabor.

Tipo 5 - O Observador
Vício Emocional = Avareza

Características Positivas
·   Planejadores
·   Analíticos
·   Ponderados
·   Lógicos

Características Negativas
·   Apáticos
·   Distantes
·   Frios
·   Calculistas

As pessoas que adotaram o Tipo 5 são centradas na mente, têm uma curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. O vício emocional é a Avareza, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude pouco expressiva e auto-imagem lógica e prudente.

O nome Observador vem da atitude de não-envolvimento, como se preferisse estar em segundo plano, de onde pode ver melhor sem perder seu senso crítico.

Dos Tipos do Eneagrama são os “mais na deles”; preferem estar consigo mesmos, envolvidos em atividades que só dizem respeito a si próprios.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias e calculistas, que crêem na mente como meio de conseguir as coisas, substituindo emoções por pensamentos. Deus colocou a cabeça mais alto que o coração para que a razão pudesse dominar o sentimento.

Preferem o racionalismo ao empirismo, não se permitindo sequer desejar algo que não seja "lógico", ou expressar sentimentos, que, por sua vez, são vistos como inadequados.
Nas empresas, encontramos o Tipo 5 normalmente ligado a uma área do planejamento. Engenharias, pesquisa e informática são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de análise faz deles verdadeiros jogadores de xadrez, trazendo ao grupo o valor das metas de longo prazo e do planejamento estratégico. Mas em sua compulsão, tornam-se distantes e inacessíveis; com respostas curtas e diretas afastam as pessoas, mostrando pouco ou nenhum apreço pela presença delas.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 5 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Avareza) e o contato consigo mesmos por meio da virtude do Desapego da mente. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da racionalização. Aceitam e expressam mais seus sentimentos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 5: Jorge Bornhausen, Delfin Neto, Antônio Ermínio de Moraes, Lázaro Brandão.

Tipo 6 - O Questionador
Vício Emocional = Medo

Características Positivas
·   Leais
·   Gregários
·   Organizados
·   Comprometidos

Características Negativas
·   Ansiosos
·   Preocupados
·   Desconfiados
·   Legalistas

As pessoas que adotaram o Tipo 6 são centradas na ação ou na emoção, visando ao controle. São atentas e desconfiadas, embora não necessariamente expressem isso. Preferem se preparar a atirar-se de improviso. O vício emocional é o Medo, que, por ser inconsciente, é justificado com a auto-imagem de precavido e realista.

O nome Questionador vem da atitude desconfiada e alerta, do tipo Enquanto você está indo, eu já fui e estou voltando...  No subtipo sexual encontramos a forma contrafóbica do medo, que é reconhecida com atitudes opostas ao medo, do tipo  O que você está olhando ai? Vai encarar?

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas ansiosas, que sempre têm um pé atrás, que preferem o conhecido e querem se preparar para o desconhecido. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Ou, ainda, Melhor prevenir do que remediar.

No caso dos contrafóbicos, a expressão é sempre oposta, de não se submeter ao mando de outro ou pelo menos questionar agressivamente as intenções do outro. A melhor defesa é o ataque. Enquanto você está indo, eu já estou voltando.  Esta é uma atitude que encobre uma desconfiança sobre as reais intenções dos outros e uma pré-disposição a interpretar os outros como ameaça.

Nas empresas, encontramos o Tipo 6 normalmente ligado às gerências de pessoas e procedimentos. Produção, financeiro e RH são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de  perceber riscos faz deles hábeis críticos de processos, trazendo um leque de possibilidades de falhas. Além disso, são gerentes gregários, que facilmente conseguem trazer o espírito de equipe, no qual vale o Um por todos e todos por um. A lealdade é uma marca registrada deste padrão de comportamento. Mas na compulsão, tornam-se rígidos cobradores de normas e procedimentos, como maneira de garantir o controle.
Os contrafóbicos são encontrados em lideranças, assumindo riscos como colaboradores ou empresários.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 6 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Medo) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Coragem e da confiança em si mesmos. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da regra ou do que é mais lógico ou seguro. Aceitam e expressam mais suas emoções, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 6: Lula, Luiz Felipe Scolari.

Tipo 7 - O Sonhador
Vício Emocional = Gula

Características Positivas
·   Criativos
·   Bem-Humorados
·   Improvisadores
·   Otimistas

Características Negativas
·   Dificuldades com regras
·   Anti-rotina
·   Argumentadores compulsivos
·   Pouco sensíveis aos valores dos outros

As pessoas que adotaram o Tipo 7 são centradas na mente; têm uma agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, dando prioridade ao prazer. O vício emocional é a Gula, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude entusiasta e auto-imagem de hábil improvisador. Faço do limão uma limonada.

O nome Sonhador vem da grande quantidade de idéias e planos, beirando o impossível.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas superficiais, que se sobrecarregam com atividades como meio de fugir das dificuldades emocionais. O otimismo exagerado também revela pessoas que evitam o desprazer, olhando para o mundo com óculos cor-de-rosa.

Nas empresas, encontramos o Tipo 7 normalmente ligado a uma área em que não haja rotina e a criatividade seja necessária. Marketing, vendas, planejamento e negociação são algumas das áreas comuns. Seu otimismo e criatividade são muito úteis nas situações em que o tema principal é a busca de novas soluções. Mas em sua compulsão, são indisciplinados e irresponsáveis, fugindo da rotina por meio de argumentos manipuladores. Chocam-se com aqueles que são mais rígidos e querem seguir os passos previstos.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 7 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Gula) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sobriedade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do prazer imediato, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 7: Jô Soares, Tom Cavalcante, Didi, Regina Casé.

Tipo 8 - O Confrontador
Vício Emocional = Luxúria

Características Positivas
·   Assertivos
·   Objetivos
·   Realizadores
·   Eficazes

Características Negativas
·   Insensíveis
·   Autoritários
·   Intimidadores
·   Agressivos

As pessoas que adotaram o Tipo 8 são centradas na ação, têm uma facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização. O vício emocional é a Luxúria, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude dominadora e auto-imagem realizadora. Tudo ao seu redor tem de ser intenso e desafiador, numa atitude de Dar um boi para não entrar e uma boiada para não sair.

O nome Confrontador vem da facilidade com que se posicionam a respeito do que querem, expressando-se de forma direta e objetiva, intimidando com sua aparente segurança.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas insensíveis, apegadas à força e ao poder. Dominadores agressivos, tornam-se conhecidos como verdadeiros rolos-compressores. Facilmente tendem ao exagero, desconsiderando o que os outros pensam e sentem.

Nas empresas, encontramos o Tipo 8 normalmente ligado a liderança. Este é o perfil típico do empresário megalômano, que cresce rapidamente. Seu feeling  para os negócios e sua autoconfiança fazem deles pessoas que inspiram crescimento e superação. Por meio de atitudes diretas e eficazes, transformam as organizações rapidamente. Mas em sua compulsão, assumem a centralização do poder. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ou, ainda, Será do meu jeito ou de jeito nenhum.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 8 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Luxúria) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Inocência. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do poder e da dominância, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 8: Antônio Carlos Magalhães, Eurico Miranda, Fidel Castro.

Tipo 9 - O Preservacionista
Vício Emocional = Indolência

Características Positivas
·   Calmos
·   Mediadores
·   Flexíveis
·   Carismáticos

Características Negativas
·   Indecisos
·   Apáticos
·   Procrastinadores
·   Dependentes

As pessoas que adotaram o Tipo 9 são centradas na emoção ou na mente, têm uma atitude mediadora, dando prioridade ao bem comum. O vício emocional é a Indolência, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude tranqüila e auto-imagem conciliadora, Se cada um ceder um pouco, todos ficarão bem.

O nome Preservacionista vem da busca de preservar o status quo, evitando conflito em prol da paz e da tranqüilidade.

A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas apáticas, que desenvolveram um estado de anestesia para não sofrerem atritos com a realidade. Uma atitude de hiper-flexibilidade os deixa amorfos, adequando-os facilmente ao ambiente.

São pessoas que expressam serenidade e calma, mesmo não sendo estes seus sentimentos reais. A apatia emocional os deixa indecisos, a ponto de serem conhecidos como “tanto faz”.

Nas empresas, encontramos o Tipo 9 nas mais variadas áreas. Sua facilidade em se adaptar permite manterem-se em atividade por longos prazos, resistindo inicialmente a mudanças, mas adaptando-se no decorrer do tempo. Administrativo, secretariado, atendimento ao público e auxiliares são algumas das áreas comuns. Sua habilidade mediadora é muito útil nas situações em que é necessário desenvolver tarefas de longo prazo. Mas em sua compulsão, acabam cedendo para evitar o conflito. Tornam-se indecisos e procrastinadores, preferindo a realização de tarefas ao envolvimento ativo na busca de soluções – Vou me fingir de morto para sobreviver.

Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 9 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Indolência) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Ação Correta. Esta ferramenta os auxiliam a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais na atitude adaptativa ao meio em que estão inseridos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.

Exemplos de Tipo 9: Dorival Caymmi, Tom Jobim, Martinho da Vila.


Aqui você vai encontrar a descrição das 9 emoções conforme o dicionário e, segundo nossa abordagem na condição de Vício Emocional.

RAIVA
Dicionário:
Raiva: Indignação. Sentimento de cólera, de repulsa ante uma ação vergonhosa, injuriosa, injusta.
Ira: Raiva contra alguém. Desejo de vingança.
Cólera: Impulso violento, ira, irritação forte.
Ódio: Rancor profundo e duradouro que se sente por alguém. Aversão, antipatia.

Eneagrama:
Indignação por as coisas não serem como “deveriam” ser. A Raiva quando vício emocional invalida as sensações, exigindo o que é “certo” em detrimento do que realmente se quer.

ORGULHO
Dicionário:
Orgulho: Conceito muito elevado que alguém faz de si mesmo; altivez, brio. Amor-próprio exagerado. Empáfia, soberba.
Soberba: Altura de coisa que está superior a outra. Orgulho excessivo; altivez, arrogância.
Eneagrama:
Afirmação de si. Eu sei, eu sou, eu faço. Cegueira quanto às dificuldades e deficiências.
Auto-imagem engrandecida.
Orgulho gera uma cegueira, impedindo o reconhecimento das próprias falhas e fraquezas, que conseqüentemente voltam a se repetir.

VAIDADE
Dicionário:
Vaidade: Qualidade do que é vão, instável ou de pouca duração. Desejo imoderado e infundado de merecer a admiração dos outros. Vanglória, ostentação. Futilidade.
Vanglória: Presunção mal fundada; bazófia, jactância, vaidade.
Jactância: Ostentação, vanglória. Arrogância. Atitude presunçosa.

Eneagrama:
Paixão pela imagem.
A Vaidade faz correr atrás de valores de uma imagem idealizada, desvalorizando o que se é.
  
INVEJA
Dicionário:
Inveja: Desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem. Cobiça.
Cobiça: Desejo veemente de conseguir alguma coisa. Ambição desmedida de riquezas.

Eneagrama:
Comparação, desvalorização de si em favor do que falta. Comparação do momento de agora em favor de outro momento, passado ou futuro.
A Inveja projeta um valor fora do indivíduo, fazendo comparações e desvalorizando o presente; (...se eu tivesse; ...quando acontecer ...).
  
AVAREZA
Dicionário:
Avareza: Apego demasiado e sórdido ao dinheiro. Mesquinhez, sovinice.
Reter: Não se desfazer de. Não deixar sair das mãos.
Represar: Reter a água. Não deixar sair, deter. Não avançar; parar, suspender-se. Conter(-se), refrear(-se), reprimir(-se).
Conter: Moderar o ímpeto de.  Moderar-se, refrear-se.

Eneagrama:
Vício da retenção. Conter-se, refrear-se, reprimir-se em favor da razão.
A Avareza gera mesquinhez, racionalizando excessivamente e empobrecendo a percepção emocional.

MEDO
Dicionário:
Medo: Perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente. Apreensão. Receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável.
Apreensão: Preocupação, receio, temor. Desassossego do espírito por temor do futuro.
Preocupação: Ato de preocupar ou de se preocupar. Idéia fixa. Inquietação resultante dessa idéia.

Eneagrama:
Preocupação, dúvida, busca de segurança. Apego exagerado a valores externos, como moral, ética, religião, verdade, família, etc...
O Medo gera dúvidas sobre o que se sente e se quer, justificando algo mais seguro e confiável, agindo como um freio de mão puxado.

GULA
Dicionário:
Gula: Excesso na comida e bebida. Predileção para boas iguarias.

Eneagrama:
Avidez por variedade de sensações. Quanto mais melhor. Paixão pelo novo, diferente, pela variedade.
A Gula faz querer tudo, causando superficialidade e baixa tolerância a rotina.

LUXURIA
Dicionário:
Luxúria: Corrupção de costumes, lascívia, sensualidade.
Lascívia: Libidinagem.
Libidinoso: Que sente vivos desejos sensuais.
Excesso: Diferença para mais entre duas quantidades; excedente, sobra. Grau elevado.  Falta de moderação; desregramento. Esforço desmedido.

Eneagrama:
Exagero, intensidade, fome de viver intensamente.
A Luxúria motiva uma intensidade exagerada, que fere o indivíduo e os outros.

INDOLÊNCIA
Dicionário:
Indolência: Preguiça. Negligência. Insensibilidade, apatia.
Preguiça: Pouca disposição para o trabalho; inação, mandriice. Demora ou lentidão em fazer qualquer coisa; moleza; morosidade.
Apatia: Estado de indiferença por falta de sensibilidade, de sentimentos; indiferença.
Indolente: Que é insensível à dor. Descuidado.

Eneagrama:
Preguiça de ser. Anestesiado a si. Pouca vitalidade para ser. A Indolência gera acomodação, anestesiando pouco a pouco até a perda do contato com os reais potenciais.

AMBITO PESSOAL

Quem é você? O que realmente quer? Quais emoções lhe influenciam? Como trabalhá-las? O que impede seu potencial?

Responder a estas perguntas pode não ser tão simples quanto parece. Na maioria das vezes as pessoas respondem falando de características externas, como profissão, local de nascimento, estado civil, etc...

A dificuldade se dá pela distância entre a Essência (o que somos) e o Padrão de Comportamento (o que adotamos). Nos distanciamos do que realmente somos e adotamos um Padrão de Comportamento para sermos aceitos pela sociedade. Entretanto, adotar um Padrão de Comportamento implica abrir mão da criatividade e livre-arbítrio.

O trabalho com o Eneagrama faz com que o indivíduo reconheça o território do padrão de comportamento e recupere o contato com a essência, diminuindo a distância entre eles.

AMBITO EMPRESARIAL
O Eneagrama constitui um valioso instrumento para as empresas melhorarem seu clima organizacional e relacionamento com os clientes.

O sucesso das empresas está relacionado ao êxito dos seus relacionamentos internos e externos. Dentro de uma única organização convivem muitas pessoas, cada uma com características próprias, com uma personalidade. Estas pessoas se relacionam entre si e também com outras organizações. Compreender as diversas personalidades existentes proporciona um melhor convívio.

Ex.: Um gerente saberia como motivar melhor cada uma das personalidades de sua equipe, e aproveitar as suas potencialidades específicas.

Bibliografia do Eneagrama.
Em negrito estão os indicados pelo Instituto Eneagrama

Alaor Passos – Vinte e sete Caracteres - Esfera
Cláudio Naranjo - Os Nove Tipos de Personalidade - Editora Objetiva
Chistian Paterham - Eneagrama, um caminho para seu sucesso individual e
profissional - Madras
David Daniels & Virginia Price, Phd  - A Essência do Eneagrama - Pensamento
Domingos Cunha, CSh e Luís Carlos, CSh - Quem é Você ? - Editora Paulus
Don Richard Riso – A Sabedoria do Eneagrama - Cultrix
Eliane Ganem - Os Florais de Bach e o Eneagrama - Editora Objetiva
Helen Palmer - O Eneagrama - Edições Paulinas
Helen Palmer - O Eneagrama no Amor e no Trabalho - Edições Paulinas
J.G. Bennett - O Eneagrama - Editora Pensamento
Kathleen V.Hurley e Theodore E.Dobson  - Qual é o meu Tipo ? - Editora Mercuryo
Kathleen V.Hurley e Theodore E.Dobson  - Meu Eu melhor.- Editora Mercuryo
Karen Webb - Eneagrama - Avatar
Marcos S. Queiros - Em busca do paraíso perdido,  eneagrama - Editora Mercuryo
Oscar Ichazo – Carta à comunidade Transpessoal – Arica 08/06/98
Patrícia e Fabien Chabrenil- A Empresa e seus Colaboradores, eneagrama - Madras
Pedro Alípio - Os Segredos das Pessoas, Eneagrama - Editora Gente
Renee Baron e Elizabeth Wagele - Eneagrama um Guia Prático – Ediouro
Renee Baron e Elizabeth Wagele – Eu sou seu Tipo, Você é o Meu ? – Madras
Richard Rohr e Andreas Ebert - O Eneagrama as Nove Faces da Alma – Vozes


http://www.institutoeneagrama.com.br

As três etapas do trabalho com o eneagrama

A primeira etapa do nosso programa consiste no reconhecimento do Padrão de Comportamento. O Eneagrama é o mapa que descreve nove emoções a serem investigadas, cada uma relacionada a um Padrão de Comportamento.

Através de exercícios de auto-investigação, o participante traz para o consciente muitos de seus mecanismos de defesa, que são inconscientes e assumem a maneira como se percebe a realidade. Estes mecanismos de defesa, que podem ser chamados também de Vícios Emocionais, são poderosos alienadores.
Para ilustrar o que ocorre com o indivíduo, tomemos como exemplo a Raiva, que é uma das emoções investigadas. Quando ela é um Vício Emocional para o indivíduo, ele constrói uma vida regida pelo esforço voltado ao que é “certo”, tornando-se crítico, julgador, exigente consigo e com os outros. Assim afasta-se do que quer, reprimindo qualquer sentimento que venha em favor disso, em favor do que se “deve querer”. “Tenho vontade de descansar, mas não é certo, devo me esforçar mais” ou “Se eu faço o outro também deve fazê-lo”. Assume uma máscara de disciplina que apenas justifica sua Raiva inconsciente.
Nesta etapa, o indivíduo desenvolve uma maior observação de si, refletindo sobre a influência das 9 emoções no seu comportamento e visão da realidade, tornando-se, desse modo consciente do seu Vício Emocional. Como conseqüência, emergem uma consciência maior e o respeito pelas diferenças.
Na segunda etapa ampliamos o contexto da etapa anterior, explorando o mapa do Eneagrama em relação à formação do Padrão de Comportamento e como sua adoção está relacionada com uma maneira de se auto-organizar para sobreviver. Neste momento do programa, as pessoas entram em contato com o que está por detrás do Padrão de Comportamento, a Essência. Todas as peças do quebra-cabeça foram encaixadas e fica mais clara a influência de cada uma delas na conduta.
Na terceira etapa, o Eneagrama é utilizado para descrever o processo de Neutralização do Vício e Intensificar o contato consigo mesmo, parando o fluxo de satisfação secundário (Padrão de Comportamento) e recuperando o fluxo primário (Essência).
ESSÊNCIA
Para compreendermos o que é Essência, antes temos que definir alguns elementos que a compõem. Em nosso trabalho, nos baseamos nos 3 centros de inteligência e seu funcionamento integrado.
Platão, filósofo grego, dizia que existem três tipos de homens: o da cabeça, o do coração e o do ventre. Estes são exatamente os três Centros de Inteligência que trabalharemos em nossa abordagem. Todos nós temos três Centros principais de Inteligência: o Teórico, o Emocional e o Ativo.
O Centro Teórico nos ajuda a perceber a realidade pela análise e compreensão lógica, viabilizando a criação de cenários mentais.
O Centro Emocional percebe a realidade através de sua relação com ela, e traduz sua perspectiva em termos de preferências pessoais, como “gosto” ou “não gosto”, “tem a ver comigo” ou “não tem a ver comigo”.
O Centro Ativo, por sua vez, percebe a realidade por meio de uma perspectiva objetiva e prática, de ação e reação.
O funcionamento integrado destes 3 centros é o que podemos chamar de essência ou pelo menos, uma perspectiva dela.
PADRÃO DE COMPORTAMENTO
Chamamos de Padrão de Comportamento o conjunto de mecanismos de defesa que o indivíduo adota para ser aceito. Sua influência é tão grande que dirige a maneira como pensamos, o que sentimos e como agimos, enfim, a maneira como percebemos a realidade.
O reconhecimento do Padrão de Comportamento é um processo simples, mas não necessariamente fácil. Deve ser realizado sob orientação de um terapeuta com experiência, que vai ajudar o indivíduo a enxergar a si mesmo no mapa que descreve os tipos de personalidade. Todas as 9 emoções devem ser exploradas e nunca apenas o Vício. Portanto, questionários de auto-identificação são totalmente desaconselháveis, pois trazem mais desorientação do que tomada de consciência.
Cada organização que pretende lidar com o ser humano necessita ter uma orientação terapêutica clara. Quando se trata de eneagrama, encontramos diferentes instituições, com diferentes linhas de orientação.
No Instituto Eneagrama, a base terapêutica é a psicoterapia corporal de orientação reichiana (Wilhelm Reich, 1897-1957). Principalmente no contexto das fases de desenvolvimento da personalidade, couraça muscular do caráter e caractereologia das defesas.
Esta base terapêutica nos permite utilizar o eneagrama dos 9 Vícios Emocionais (raiva, orgulho, vaidade, inveja, avareza, medo, gula, luxúria e indolência), oferecendo uma relação direta destas emoções com a organização muscular. Quando falamos de medo, por exemplo, não nos prendemos apenas ao comportamento desconfiado, mas às tensões típicas que estão relacionadas a essa emoção, como diafragma alto, respiração curta, ansiedade e tensão no segmento ocular. Criamos o contexto de como nos organizamos para sustentar todas as funções paralelas relacionadas ao medo, e descrevemos conteúdos típicos que se manifestam na consciência sustentada por essa emoção.
Esta orientação nos permite reconhecer comportamentos idênticos sustentados por emoções diferentes, ou, ainda, comportamentos opostos sustentados pela mesma emoção. Saímos da questão o que a pessoa faz e o que diz, para como faz e como diz, oferecendo aos participantes uma ferramenta de observação objetiva, e não necessariamente interpretativa.
Todos nós adotamos padrões de comportamento, desde coisas comuns do dia-a-dia, como a maneira como nos enxugamos depois do banho, a forma de cumprimentar uma pessoa que nos é apresentada, como escovamos os dentes, etc. Até mesmo em questões mais complexas, como a forma com que julgamos os outros, o que é certo para nós, como percebemos a realidade, etc.
Quando, no Eneagrama, dizemos que alguém tem um Padrão de Comportamento ou Tipo, estamos nos referindo ao conjunto de ações, pensamentos e sentimentos apegados a uma emoção predominante. Conjunto esse que é muito pessoal, dinâmico e, nesse sentido, também singular. Mesmo assim, nossa referência é a emoção que sustenta esse conjunto, chamada de Vício Emocional.
Utilizar o Eneagrama dos Vícios Emocionais nos permite reconhecer como cada uma das 9 emoções está presente em nossas vidas e, conseqüentemente, qual é a mais presente e predominante. Quando este trabalho é dirigido, como no Instituto Eneagrama, o participante reconhece que, mesmo agindo de maneira diferente a cada situação e descobrindo coisas em si de cada um dos 9 padrões, existe uma motivação básica tão inconsciente quanto constante. Que cada fase está envolvida com um conjunto de emoções e uma mesma como predominante. Que ao longo da vida buscamos a mesma coisa, de formas diferentes.







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