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Para saber-se as ligações entre a Maçonaria e a Ordem Rosa-Cruz ou antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC) como preferem os seus adeptos, vamos fazer algumas considerações sobre essa Ordem.
Rosa-cruz é denominação da fraternidade filosófica, que, de acordo com a tradição mais em voga, teria sido fundada por Christian Rosenkreuz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média.
Harvey Spencer Lewis pretende, todavia, que rosenkreuz tenha sido, simplesmente, um renovador, já que a instituição remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Amenophis IV. O rosacucianos, tem aceitado essa hipótese falseando, lamentavelmente a verdade histórica, pois, na realidade, essa fraternidade nasceu no período medieval, embora apresentando, em sua ritualística, muito do misticismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria (muitos maçons também querem fazer crer que a Ordem Maçônica é antiguíssima e já existia no Antigo Egito e na Pérsia, o que é, verdadeiramente, uma heresia histórica).
O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A primeira menção histórica da ordem data de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado “Fama Fraternitatis”, onde são contadas as viagens do alemão Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados.
A Ordem nas Américas
Harvey Spencer Lewis foi à pessoa que reativou a AMORC na América do Norte, no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, onde algumas pessoas que se destacaram como Benjamim Frnklin teriam pertencido à mesma. Na ocasião a Ordem era ativa em alguns países da Europa, como França e Alemanha, mas com rituais diferenciados. Harvey Spencer Lewis ao trazer a AMORC para a América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as ordens no mundo, cuja essência fosse a mesma. A introdução do estudo à distância permitiu a rápida proliferação da AMORC e em 1915 ele tornou-se o 1º IMPERADOR, (se supremo da Organização), para a América do Norte. A unificação com a as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro imperador mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo supremo é ocupado por um grande mestre.
O nome AMORC – Antiga e mística Ordem Rosa Cruz foi dado para diferenciar-se de outras ordens filosóficas de mesmo nome, mas com diferente essência.
O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz
O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi o homem que divulgou o rosacurcianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual.
A popularidade alcançada por Andréa, entretanto, com a Societas Solis (Sociedade do Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico “O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz”, que criticava, jocosamente, os alquimistas e as ligas secretas,numa época que, de maneira geral, era de desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado “Transfiguração Geral do Mundo”, ser incluído o conceito de “Fama Fraternitatis R.C.”,sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem entendido. Uma outra pequena obra, surgida um ano depois e chamada “Confessio”, publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada.
O Herói Viveu 150 Anos, Extinguindo-se Voluntariamente.
De acordo com o “Confessio”, a ordem Rosa-cruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior,ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade. As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época,incrementada pela disposição de renovação e organização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa.
O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela “Fama Fraternitatis” e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a “Sublime Ciência”; teria ele segundo a lenda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente.
Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico.
Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em cera ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus.
A Mística Idéia da Rosa Provocou Grande Sedução.
Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosa-cruz.
Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relacioná-lo com as armas de Lutero, coisa que não pode ser facilmente aceita,pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro rosas no chapéu, rosas essas que, desde a época de seu avô Jacob Andréa, adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro rosa-cruz da Inglaterra, diz que o nome da ordem está ligado a uma alusão ao sangue de Cristo, na cruz do Gol-gota; a mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para dar à palavra, uma grande força de sedução. Além disso, muitos rosacruzes vêem, no emblema, um símbolo alquimista, concretizando uma ambigüidade muito comum aos símbolos.
Os rosacruzes atuais têm uma interpretação bem mais mística a respeito da cruz e a rosa. A cruz representaria o ser humano, a parte material, enquanto a rosa representaria o ser imaterial, a alma, espírito ou corpo astral.
A Junção dos Sexos Leva ao Segredo da Imortatalidade.
Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosa-cruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. Em botânica oculta, a rosa era uma flor iniciática, para diversas ordens religiosas, sendo, que, atualmente, a arte sacra continua a considerá-la como símbolo da paciência, do martírio, da Virgem (Rosa Mística); no quarto domingo da Quaresma, em todos os anos, o para benza a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos sacramentais oferecidos pela Igreja, em sua liturgia. Em última análise, a rosa representa a mulher, enquanto que a cruz simboliza o sexo masculino, pois para os hermetistas, ela é o símbolo da junção da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono.
Assim, a Rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a Cruz simboliza a virilidade do Sol, com toda a sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo da imortalidade, resultando, também, dela, a regeneração universal, que é o ponto mais alto da doutrina rosacruciana.
A Alquimia Evidencia Uma Ligação Entre as Duas Ordens.
Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assemelhava-se à dos francos-maçons. Como a Ordem Rosa-cruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos, Dara daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e coregente dos domínios hereditários da Casa d’Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosa-cruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as sociedades secretas, abrindo, apenas, exceção aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas.
Ambas as Ordens são medievais,se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos (também chamada, indevidamente, de “Especulativa”).Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, as evidências históricas autênticos e não as “lendas”, que fazem remontar a origem de ambas as instituições ao antigo Egito.
A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosa-cruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosa-cruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO.
O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria.
Da Regeneração e Imortalidade a Reformador Social.
A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e roscrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita etc.
O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa op segredo da imortalidade, que nada mais é do que o escoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra.
A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais. Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas.
As Iniciações.
Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é ao grau de Aprendiz, e da AMORC, a admissão ao 1º grau de templo. As iniciações têm o mesmo objetivo, impressionar o iniciante, levá-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte.
O Simbolismo.
Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente.
Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosa-cruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente.
O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor.
Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual.
O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo.
Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místico-filosófico.
Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem suas instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanas, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.
GLUSA - GRAN LOGIA UNIDA del SUR DE AMÉRICA
"Per Amore, Justitia et Honor"
(Dístico gentilmente traduzido para o latim, a pedido, pelo Ir.'. José Castellani) (in memorian)
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INTRODUÇÃO
HISTÓRIA SUCINTA DA ORDEM ROSACRUZ (AMORC)
Em conformidade com o livro Preguntas y Respuestas Rosacruces com la Historia Completa de la Orden Rosacruz, a Irmandade nasceu tradicionalmente no Egito sob a orientação da Grande Loja Branca.[1] A organização inicial da Fraternidade – bem como muitas de suas regras e seus estatutos – é devida ao Faraó Thutmose III, que reinou até oitenta e nove anos, passando pela transição em 1447 a.C. Esse insigne Faraó, ao que indicam os registros da Ordem Rosacruz, enquanto manteve a forma externa da religião por motivos estratégicos e políticos (os Kheri Hebs – altos sacerdotes – eram extremamente poderosos naqueles tempos), aplicava-se em segredo às doutrinas místicas. O perigo constante de invasões por países vizinhos e a permanente sombra da guerra pairavam sobre o Egito. Assim, a vida de Thutmose III e a própria segurança do País dependiam da cooperação militar e da manutenção tolerante da velha religião. Uma mudança radical durante seu reinado teria, certamente, contemplado conseqüências imprevisíveis. O sábio Faraó foi um estrategista. Aguardou. O 'tempo' era para plantar.
Muitas vezes, o 'tempo' não nos pertence. O Eclesiastes III, 2 a 8 tem razão, e o pensamento (ajustado) que se segue cabe aqui muito bem: Há tempo para nascer e tempo para morrer; há tempo de plantar e tempo para colher; há tempo de edificar e tempo de destruir; há tempo para rir e tempo para meditar; há tempo de abraçar e tempo para fugir dos abraços; há tempo de adquirir e tempo de perder; há tempo de coser e tempo de rasgar; há tempo para falar e tempo para ficar em silêncio; há tempo de amor e tempo de desamor; há, enfim, tempo de paz e, ainda que nos horrorize, há tempo de guerra. Tudo isto não significa, entretanto, que devamos esperar o 'tempo' das coisas... ou as coisas do 'tempo'. 'Ele' e elas não acontecerão se não formos atrás 'dele' e delas. Quem espera em demasia, nem sempre alcança! O futuro é hoje. Mais exatamente, foi ontem. Eu não sei se Geraldo Vandré é Rosacruz, e mesmo se é místico. Isso, contudo, não importa absolutamente nada. Há muitos místicos que estão e que atuam 'do lado de fora' das Fraternidades Místicas. Mas, nada mais Rosacruz (ainda que nem tanto original) do que o verso: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Quem é brasileiro e viveu os anos de chumbo sabe muito bem o que é ter que fazer a hora. De uma forma extremamente mais dorida, hoje, os iraquianos e os palestinos estão fazendo a sua hora dolorosa. Thutmose III soube fazer a hora. Esperando. Ele plantou em silêncio. Não poderia ter sido diferente. Mas, o que podem plantar os palestinos e os iraquianos nesta hora de mais ignóbil despotismo pela qual estão passando? Paz ao grande povo iraquiano. Paz ao grande povo palestino. Compreensão, tolerância, piedade e iluminação aos Senhores da Guerra. Paz aos que são assassinados! Paz aos que assassinam! Paz aos que decidem quem será assassinado. Somos todos UM. Paz Profunda.
A instalação do Primeiro Grande Conselho da Ordem aconteceu durante a semana – segundo o calendário atual – que começou em 28 de março e se encerrou em 4 de abril de 1489 a.C. DOZE fratres e sorores tiveram assento nesse Supremo Conselho composto por NOVE Irmãos e TRÊS Irmãs. É extremamente simbólica e significativa tal combinação numérica, como é, também, o número de integrantes desse Conselho. A Irmandade não recebeu nenhum nome profano, e a própria palavra Rosacruz não foi mencionada pela Agremiação nem por ela utilizada. Essa Irmandade, portanto, não era Rosacruz no sentido em que a Ordem é hoje internacionalmente conhecida. Mas suas raízes, princípios e objetivos derivam e datam daquela antiga Fraternidade.
Antes de seu falecimento, Thutmose III entronizou seu filho, Amenhotep II, co-regente do Reino. Sucederam-no Thutmose IV, Amenhotep III e Amenhotep IV, último Grande Mestre da estirpe do Fundador e com o qual estão familiarizados todos os Rosacruzes. Este Ilustre Hierofante nasceu em 24 de Novembro de 1378 a.C., e aos onze anos foi coroado Faraó. Sua filosofia e seus ensinamentos, presentes e pertinentes até hoje, continuam a ser ministrados e discutidos universalmente em todos os trabalhos realizados nas Lojas Rosacruzes e nos sancta privados. A proclamação de Amenhotep IV pelo Supremo Conselho como Mestre ocorreu em 9 de Abril de 1365 a.C., no Templo de Luxor, em presença de toda a família real e de sua futura esposa, Nefertiti.
A vida desse admirável e incompreendido Faraó é bastante conhecida e, por isso, resumir-se-ão, apenas, alguns fatos relevantes concernentes à sua ação mística. Inspirado, aboliu a adoração de ídolos e instaurou o culto a um só Deus, cuja manifestação física era representada pelo SOL – o Símbolo da Vida – consoante as doutrinas secretas de que era depositário e profundo conhecedor. A grande inovação, geral e publicamente anunciada, foi a mudança do culto ao Sol como um deus no culto do único Deus simbolizado pelo SOL.[2] Este fato representou o começo do monoteísmo no Egito e a origem da admissibilidade e da adoração de uma DIVINDADE ÚNICA, não-terrena, espiritual, existente em tudo e em todos. Estava, assim, consumado o primeiro sinal das futuras religiões ocidentais. Abaixo transcrevo um excerto de um hino de Amenhotep IV em honra e glória ao D’US ÚNICO:
Quão múltiplas são Tuas obras!
Estão ante o homem escondidas.
Oh! DEUS ÚNICO!
Em cujo lado não há nenhum.
Tu criaste a Terra
Segundo Teu Coração.[3] (grifo meu).
No bojo das reformas que encetou, desencorajou o culto aos deuses vigentes e tornou inócuas as obras que seu pai – Amenhotep III – havia feito erigir em Luxor e Karnak — ali construídas tão-só para apaziguar a casta sacerdotal. Também mudou seu nome – que significa Amon Está Satisfeito – para AKHNATON – a Glória de Aton. Abandonou Tebas e construiu novos edifícios e um templo em forma de Cruz em El Amarna (Akhetáton). A SAGRADA ANKH foi por ele introduzida, e todos os membros da Organização usavam-na simbolicamente.
Entusiasmado pelos temas espirituais, desinteressou-se(!?) dos seus afazeres administrativos, e não enfrentou politicamente, com a reclamada energia, o momento histórico que vivia seu País. Sua saúde deteriorou-se, vindo a falecer em 24 de julho de 1350 a.C., com vinte e oito anos incompletos. A forma e a repercussão de sua morte (transição) só é conhecida dos Iniciados dos altos graus das Fraternidades Autênticas. Para um conhecimento mais concertado sobre este tema sugiro a consulta aos Documentos disponibilizados nas páginas abaixo:
http://svmmvmbonvm.org/sacredankh/
http://www.svmmvmbonvm.org/rcaeternae.htm
http://www.svmmvmbonvm.org/rcaeternae.htm
http://www.svmmvmbonvm.org/magnomistrc.htm
http://www.svmmvmbonvm.org/rosacrucianismo.htm
http://www.svmmvmbonvm.org/afuncrc.htm
http://www.svmmvmbonvm.org/rchermetica.htm
http://macarlo.com/positiorc/
http://macarlo.net/orarc/
http://svmmvmbonvm.org/
O culto a Amon foi imediatamente restabelecido e a Fraternidade teve quase sempre que se ocultar até o primeiro quartel do século XX. O conhecimento só era transmitido após juramento solene e sagrado do postulante, e sua divulgação só era permitida no âmbito das Lojas. Entre esse lapso de tempo existiu, todavia, por exemplo, a Ordem do Templo.
A partir de então, cuidadosamente, a Ordem instalada por AKHNATON esparramou-se pelo mundo, e inspirou movimentos esotéricos com base nas Leis e nos Princípios formulados pela GRANDE LOJA BRANCA. Religiões também estiveram sob a supervisão direta dessa GRANDE LOJA. Esta afirmação pode causar surpresa e até uma controvérsia inconciliável. Todavia, se forem feitas as conexões corretas ao longo da história, e ao se estudarem aprofundadamente os diversos movimentos religiosos, observar-se-ão similitudes em todos eles, como se todos estivessem ancorados em origens e princípios básicos comuns. Algumas dessemelhanças, evidentemente, são de plano percebidas. Entretanto, no que concerne às doutrinas particulares, é necessário observar que as apócopes e as distorções doutrinárias sempre ocorreram, menos em benefício das respectivas confrarias, mais em proveito das classes dirigentes – quer religiosas, quer políticas – progressivamente privilegiando o poder temporal e a ânsia de poder e o furor de dominação, relegando para planos menos importantes a própria espiritualidade e os Princípios Iniciáticos. Também, por outro lado, a multiplicação de deuses criados à imagem e semelhança do homem e suas fantasias, progrediram e progridem apenas e tão-só aparentemente. Um pouco de reflexão dissipará o eventual mal-estar que estas afirmações possam estar causando. Não estamos mais na Idade Média. Precisamos refletir para poder acordar do sonho pisciano. Este é o porquê de, na noite do inexistente tempo, as religiões sempre acabarem por cair em obsolescência, definharem e serem atualizadas por novos movimentos. A ignorância humana, ainda que continuando ignorante, vai se tornando menos incompetente. O percurso do afloramento e do desabrochamento espiritual da Humanidade é extremamente lento, e sempre foi silentemente observado e acompanhado pela GRANDE LOJA BRANCA. Não há – nem poderá haver um dia – assim, uma última e definitiva religião. Ainda que possa contrariar o senso comum, a verdade é que, no tempo, a tendência será o completo desaparecimento das religiões na forma pela qual, hoje, estão hierárquica, autoritária e despoticamente organizadas. A Teociência acabará por prevalecer. E a construção consciente e concertada do MESTRE-DEUS INTERNO acabará por ser viabilizada por todos os seres. Isto, nem em sombra, significa ateísmo. Meu desejo: QUE AQUELES QUE SABEM E QUE PODEM POSSAM AUXILIAR A TODOS NÓS A VENCER AS ILUSÕES DO PLANO TERRA, PARA QUE O MERGULHO CONSCIENTE NO EU INTERIOR POSSA, PARA TODOS, SEM EXCEÇÃO, ACONTECER.
Alguns episódios principais serão a seguir relatados. As crônicas Rosacruzes registram que no ano 1000 a.C. apareceu no Egito um personagem chamado Salomão. Chegou a El Amarna em 4 de Junho de 999 a.C. O jovem investigador, após os testes habituais, foi Iniciado na Fraternidade. Entretanto, antes de completar o quarto exame, partiu de El Amarna, e alguns anos depois fez construir um templo, na Palestina, em tudo semelhante ao que havia encontrado na Cidade Egípcia. Ali estabeleceu uma fraternidade apenas de homens, contrariando o Princípio de Igualdade, da qual (historicamente) derivou uma respeitada agremiação fraternal. O Princípio de Igualdade entre os sexos e a própria libertação da mulher não ocorreram, como se pensa, com o advento do Cristianismo, vindo a se consolidar vinte séculos mais tarde. De maneira velada, prudente, suave e muito lenta, mas firme e indesbotável, teve seu início histórico (público) em El-Amarna, com a instalação da Fraternidade fundada por AKHNATON e o surgimento incipiente do monoteísmo. Ainda que convictamente e simbolicamente o Sol Central tenha sido simbolizado por um astro masculino(?), TRÊS mulheres tiveram participação efetiva no Primeiro Conselho (físico e, portanto, terrenal) da Fraternidade. Até então nada semelhante havia acontecido. Pelo menos na história mais recente da Humanidade. Mas se se admitir a existência da Atlântida... E ao se acolher a possibilidade da Lemúria... Tudo, na verdade, é cíclico no Universo. Ascensionalmente. Mas, Ascensão para onde e por que? Precisamos examinar desapaixonadamente essa matéria para não cairmos na velha estorinha infantil 'salvação' versus 'Salvador'. Por outro lado, na própria Fraternidade dos Essênios – bem antes do Cristianismo – o Princípio de Igualdade já existia, e era estritamente observado. Não se pode desacreditar do fato histórico de que Jesus e seus pais terrenos eram membros da Fraternidade Essênia.
Os registros Rosacruzes informam, outrossim, que cruzaram o umbral da Ordem, entre outros, Solon, Anaximandro, Pitágoras (KH) e Platão. Pitágoras ingressou na Fraternidade em 2 de Abril de 531 a.C., e, após ter sido admitido no grau dos ILLUMINATI, partiu com jóias e documentos para Crotona, para ali fundar uma Grande Loja e disseminar prudencialmente os ensinamentos adquiridos no Egito.
Assim, de Tell-el-Amarna, e, posteriormente, de Tebas, de Heliópolis e de Alexandria foram difundidos para o mundo os ensinamentos Rosacruzes, e muitos pensadores da Antigüidade lá estiveram para sorver dessa fonte, para depois derramarem a Luz que receberam tal como a interpretavam. Um dos lemas capitais da Organização é: A MAIS AMPLA TOLERÂNCIA DENTRO DA MAIS ESTRITA INDEPENDÊNCIA. Esta sentença, talvez, explique (ou até justifique) em larga extensão, algumas (ou muitas) mudanças que são observadas nas distintas fases pelas quais, ascensionalmente, transita o pensamento de um autor, nomeadamente se estiver vinculado a uma fraternidade esotérica autêntica. Fora desse círculo específico, este fato também é francamente notado. Mas, no âmbito da iniciação – e exatamente por isso – as mudanças são mais acentuadas e podem, no 'tempo', até se tornarem inconciliáveis e contraditórias. Iniciação é sinônimo de mudança, isto é, aprendizado in corde. Mudança que se passa para além da noesis. Mudança que se reflete na própria vida do Iniciado. Fazendo justiça ao esforço de cada Iniciado para compreender o porquê da existência, pensa-se que não haja um efetivo compromisso com uma idéia em si. À medida que o ser avança em direção ao CENTRO DA LUZ, reformula conceitos anteriores. O Iniciado é um ? permanente. Há compromisso, sim, inabalável com a busca da LLUZ – que é filha do inexistente tempo – com a percepção parcelar e progressiva da inatingível VERDADE, com o autodesenvolvimento e com a solidariedade fraterna com todos os seres humanos, sejam membros de sua confraria, ou seres singulares não-Iniciados peregrinando nesta Terra, dando cumprimento as suas experiências individuais. A bem da verdade, o Iniciado está integralmente comprometido com todos Planos da Criação.
Por isso, todos, ao longo de suas vidas, publicaram ao menos um livro – uma obra fraterna e amorosa – contendo alguma parte da filosofia ou da ciência Rosacruzes ou de outra fraternidade autêntica qualquer. Muitas vezes, quando têm habilidade para isso, associam a pintura, a escultura, a música etc. à divulgação do saber místico que receberam e que compreenderam. Ainda que eu não concorde integralmente com o pensamento de Santo Tomás de Aquino, não posso deixar de reconhecer que foi um Iluminado. Este reconhecimento que faço é com o mais profundo amor por Tomás, meu Irmão em Cristo. Sua Summa Theologica é simplesmente monumental. Também, contemporaneamente, com alegria e muita gratidão e muito amor em meu coração, quero citar +Vicente Velado, FRC e Abade da Ordo Svmmvm Bonvm para o Terceiro Mundo. Raríssimas exceções, então, podem ser assinaladas ao longo da história. Para visitar a Galeria de Arte de Velado, por favor dirija-se a:
http://macarlo.com/novaera/galleryvel1.htm
O misticismo, com o passar das horas, declinou, reergueu-se, enfim, sofreu oscilações, que só podem ser interpretadas adequadamente se compreendidas as Leis que regulam os movimentos cíclicos da Natureza, do Planeta, do Sistema Solar e do próprio Universo. Um novo ciclo de iluminação traçado pelos altos oficiais da GRANDE IRMANDADE BRANCA foi o estabelecimento de um movimento público com o nome de Igreja Cristã. Nesse sentido, a comunidade dos Essênios, a Igreja Cristã e outras corporações análogas sempre representaram o lado público – exotérico – da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA. Sustentar, assim, que a Religião Católica tenha sido estabelecida exclusiva e especificamente por Jesus, o Cristo, é um erro flagrante e um equivocado conhecimento histórico do percurso esotérico do misticismo, principalmente porque a GRANDE FRATERNIDADE BRANCA (da qual o Grande Mestre e Humilde Peixe foi – e continua sendo – um de seus mais sublimes representantes), se bem que sempre tenha se interessado por todos os movimentos religiosos de todos os países, jamais privilegiou ou se identificou com nenhum em particular. Apoiamento, sim; exclusividade, jamais. Em outra direção, seria interessante que católicos de todas as vertentes (e todos que se interessam por este tema) procurassem pesquisar sobre a existência/vida de Jesus. Se Jesus realmente existiu ou se foi um mito criado por Paulo, Filho dileto de Deus ou a própria encarnação de Deus certamente não foi. Isto é tão infantil quanto acreditar no super-homem. Mas, a melhor fonte para pesquisa é o próprio Coração. Talvez o próprio Jesus se manifeste. Isto não é de todo impossível. Que se faça a LLUZ.
E assim, velada ou publicamente, os ensinamentos sistematizados por AKHNATON e pela GRANDE LOJA BRANCA expandiram-se de Norte a Sul, do Oriente ao Ocidente. Vários pensadores deixaram gravados fragmentos da sabedoria hermética, para serem apreciados por aqueles que se interessam por esses temas. Tal foi o caso, por exemplo, de Platão, de Atenas, com Fédon, A República e Timeu; Plotino com as As Enéadas; Geber, de Haman, com O Perfeito Magistério; Avicena, de Bacara, com o Tratado de Alquimia; Alberto Magno, de Subia, com Segredo dos Segredos; Tomas de Aquino, com Tesouro da Alquimia; Rogério Bacon com o Livro das Seis Ciências; Arnaldo de Villeneuve, da Catalunha, com o Rosarium Philosophorum; João de Meng, da França, com Romans de la Rose; Ferrarius, da Itália, com o Tesouro da Filosofia; Nicolau Flamel, da França, com o seu Trésor de Philosophie; Basilio Valentim, de Maguncia, com o Currus Triumphalis Antimonii; Isaac, da Holanda, com a Opera Minerali; Bernardo Trevisano, de Pádua, com a sua Filosofia Natural dos Metais; Tomas Norton, de Briseto, com Ritual de Alquimia; Tomas Dalton, da Inglaterra, com Twelve Gates of Alchemy; Pico de Mirándola, com De Auro; Paracelso, da Suíça, com a sua KaBaLa dos Mundos Físico, Astral e Espiritual; Tomas Charnack, da Ilha de Thanet, com as suas obras Breviário de Filosofia e Enigmas de Alquimia; Simón Studion, de Würtemberg, com Naometria; Robert Fludd, de Kent, com o seu Tractatus Theologophilosophicus; Leonardo Fioravanti, da Itália, com o seu Sumário dos Arcanos de Medicina, Cirurgia e Alquimia; Michael Maier, da Alemanha, com Revelatan de Fraternitati Rosæ Crucis; Jacob Boheme, com os livros Verdadeiros Princípios e Mysterium Magnum; J. B. van Helmont, de Bois-le-Duc, com De Vita Eterna; Jean d’Espagnet, com Arcanum Philosophiæ Hermeticæ; Miguel Sendevougius, da Morávia, com a sua Nova Luz de Alquimia; Alberto Belin, de Besancow, com as Aventuras do Filósofo Desconhecido; Thomas Vaughan, do País de Gales, com Lumen de Lumine; Leibniz, com Eloges des Académiciens; John Heydon, da Inglaterra, Atlantis; Rosæ Crucian Infalible Axiomata; F. Jollivet Castelot, da França, La Rose Croix; Harvey Spencer Lewis, dos EEUU, com Autodomínio e o Destino com os Ciclos da Vida, A Vida Mística de Jesus e As Doutrinas Secretas de Jesus; Ralph Maxwell Lewis, dos EEUU, com Símbolos Antigos e Sagrados e O Santuário do Eu; Raymond Bernard, da França, com Mensagens do Sanctum Celestial e Novas Mensagens do Sanctum Celestial e Vicente Velado, com mais de de 700 telas sobre temas metafísicos e os dramas humanos, e diversos livros digitais, alguns disponíveis para download, veiculados pela Ordo Svmmvm Bonvm e pela Ordem de Maat. Esta lista contempla um número reduzidíssimo de autores e de obras esotéricas. A bibliografia autêntica e completa sobre esta vertente especulativa do pensamento é monumental, e, talvez, já tenha ultrapassado a cifra do milhão de obras impressas. Algumas, entretanto, permanecem ainda inéditas, esperando o tempo próprio para sua divulgação. O Livro de Jasher (citado na Bíblia em Josué, X, 13 e no 2º Livro dos Reis, I, 18) é um exemplo do que se afirmou. Perdido, oculto ou suprimido por séculos, foi traduzido do hebraico para o inglês por Flaccus Aibinus Alcuíno, da Bretanha, Abade de Cantuária, e trazido à luz, pela primeira vez, em Bristol, em 1829. A primeira edição americana foi patrocinada pela AMORC, em 1934. O Evangelho de Tomé... 1945 d.C... Os Evangelhos Apócrifos... Infelizes daqueles que, autoritariamente, surripiaram o conhecimento ao qual a Humanidade deve e precisa ter acesso. O Movimento Católico, por exemplo, tem muito que explicar às futuras gerações... Nada pode ter justificado as fogueiras e as apócopes. Sursum Corda! Levemus corda nostra ad Dominum in corde. Por tudo isso, podem ser proibidos, queimados e/ou ocultados os livros. A SABEDORIA, contudo, jamais poderá evanescer. Ela é parte necessária e integrante DAQUILO que é. O Verdadeiro PODER e a Verdadeira SABEDORIA não são dissipados nem poderão ser jamais apocopados ou queimados.
Controvérsias religiosas e turbulências políticas sempre obrigaram a Ordem – em conformidade com determinadas leis enigmáticas – a contemporizar com uma regra antiqüíssima, que impunha o funcionamento das Lojas a períodos de atividade e a períodos de sonolência (inatividade), sendo cada ciclo composto de 108 (cento e oito) anos. Um ciclo completo de existência – do nascimento de uma Loja até seu renascimento – dura 216 (duzentos e dezesseis) anos. Esse número (108) é por demais significativo, bastando para esta exposição informar que se compõe de nove ciclos menores de doze anos[4]. Doze são os signos do Zodíaco, doze são os membros do ALTO CONSELHO, doze são os meses do ano, doze eram os Discípulos próximos a Jesus, e doze também são as consoantes simples do Alfabeto Hebraico. O quadrado de doze é um número altamente cabalístico e conhecido de todos os esoteristas. Para os não-Iniciados e para os historiadores mal informados, antigos ramos da Ordem foram tidos como desaparecidos, sem explicação coerente ou consistente que justificasse tal acontecimento. Observe-se, também, que doze pode ser entendido como resultado do produto de quatro vezes três. Quatro representa a Estabilidade e três (o Triângulo) a manifestação perfeita. Sendo perfeito - como afirmou Ralph Maxwell Lewis (Sâr Validivar), o Triângulo contém tudo. E tudo que Dele depende foi, é e será sustentado com perfeição, harmonia e certeza de adequação. Por redução, ainda se pode perceber que 108 (cento e oito) equivale a 9 (nove); outra indicação esotérica, já que nove representa o cubo de três, ou seja, três voltas completas em torno do Triângulo. Nove, sob outro aspecto, é a cifra da semente, da semeadura, do renascimento que requer nove meses. ATÉ SETE UMA COISA; OITO, OUTRA; E NOVE, OUTRA COMPLETAMENTE DIFERENTE. Deus Meu: possamos todos ultrapassar o SETE. ESTÁ SELADO. PAZ AO MUNDO. Assim, ao se multiplicar 12 por 9 ou 9 por 12, ou seja, quando se toma por padrão qualquer um destes dois números, o resultado é o número 108, sumamente KaBaLístico e esotérico. Por último, acrescenta-se que 12 por adição é equivalente a três: a Trindade. ALeF. 111 = 3.
111 = 3 = UNIDADE = SOMOS TODOS UM
Dando um enorme salto por toda a Antigüidade e por toda a Idade Média, e chegando ao século XX [com plena convicção de que foram subtraídos deste resumo fatos e momentos importantíssimos da história desta Augusta Fraternidade, como, por exemplo, o próprio (re)nascimento da Ordem na Alemanha e as surpresas relativas ao descobrimento do túmulo do personagem Christian Rosenkreutz, cujas iniciais C.R-C., na verdade, simbolizam e aludem ao corpo hermético de ensinamentos tradicionais e arcanos, cujo verdadeiro significado é Christus Rosæ Crucis], em 1915, nos Estados Unidos da América, um novo ciclo de atividades públicas foi inaugurado sob a responsabilidade e orientação de Harvey Spencer Lewis (Sâr Alden). Como ensinou Raymond Bernard em sua obra As Mansões Secretas da Rosacruz, no passado, alguns raros Illuminados, que tendo reconhecido o Objetivo, foram, em verdade, os primeiros Vigilantes Silenciosos, reunidos na primeira Domus Sancti Spiriti. Foi assim que, lentamente, a Iniciação constituiu-se nos continentes desaparecidos, e se aperfeiçoou ao longo do tempo. A técnica Rosacruz, sintetizada nos Doze Caminhos, surgiu pelo esforço de Iniciados que dissimularam sua personalidade verdadeira sob o nome de Christian Rosenkreutz. Aqui há um mistério que Ordo Svmmvm Bonvm desvelou para a Humanidade. Os Doze personagens, que a denominação Christian Rosenkreutz encobre, são, portanto, fundamentais na busca Iniciática. Nomes completos, segundo Raymond Bernard, não acrescentam e não importam em nada na chave acima mencionada. Entretanto, Raymond Bernard transcreveu na obra aludida um excerto do Liber T, que é o que se segue:
1. Fra .'.I .'. A .'.
2. Fra .'. Ch .'.
Estes dois sob o título de electione fraternitatis caput
3. Fra .'. G .'. V .'. M.G.P.
4. Fra .'. F .'. R .'. C .'. Junior Moeres S. Spiritus
5. Fra .'. F .'. B .'. N .'. P. A. Pictor et Architectus
6. Fra .'. G .'. G .'. M. Pi Cabalista
7 e 8. Fra .'. P .'. A .'. Successor Fra .'. I .'. O .'. Mathematicus
9 e 10. Fra .'. A .'. Successor Fra .'. P .'. D .'.
11 e 12. Fra .'. R .'. C .'. Successor Patris C .'. R .'. C .'. cum Christo triumphatis
Ex Deo nascimur,
in Jhesu morimus,
per Spiritum Sanctum reviviscimus
Esses são considerados os Doze Fundadores do novo ciclo e, conseqüentemente, os primeiros Rosacruzes. Entretanto, somente o mais elevado deles manteve o título de C.'.R.'.C.'., mas todos, inicialmente, foram Christian Rosenkreutz. E todos são UM. Não se pode, todavia, deixar de fazer referência ao Ilustre Kut-Hu-Mi, Mestre Cósmico e Hierofante da Ordem Rosacruz AMORC. Ele é o cume da pirâmide.
Para se ficar absolutamente adstrito à história da Ordem e manter a mais irreprochável fidelidade quanto às manifestações autênticas e públicas da Fraternidade, excluindo-se disto meus equívocos de conhecimento, que são muitos, a primeira vez que foi expedida uma comunicação oficial sob seu nome e selo, aconteceu na cidade alemã de Cassel no ano de 1614, com os livros Fama Fraternitatis e Confessio Fraternitatis. O primeiro continha a história, a constituição e as Leis da Ordem. A Confissão da Fraternidade da Rosa-Cruz dava 37 (trinta e sete) razões para sua existência, definindo seus objetivos e os meios para alcançá-los.
Qualquer referência a pronunciamentos da Ordem com data anterior à citada é inverídica e inidônea. Por outro lado, os documentos promanados da Suprema Grande Loja, das Grandes Lojas Nacionais e dos Corpos Subordinados só têm validade se contiverem os selos tradicionais e autênticos da Fraternidade, e se explicitarem que se trata de comunicação oficial. Isto no que se refere à AMORC. Há outras Fraternidades que, autenticamente, estão sustentadas pela '.'G'.'L'.'B e divulgam com a mesma integridade os Princípios Rosacruzes. O sonho da Nova Atlântida idealizado por Francis Bacon e materializado pela primeira vez em 1694 na cidade da Filadélfia, tomava, então, em 1909, novo impulso sob a direção de Harvey Spencer Lewis (Sâr Alden - Frater Profundis XIII), e a Ordem Rosacruz-AMORC, para efeitos legais e reconhecimento universal, passou a usar seu legítimo título: Ancient Mystical Order Rosæ Crucis (AMORC), forma abreviada do título latino - Antiquus Arcanus Ordo Rosæ Rubeæ et Auræ Crucis. E seu primitivo símbolo, constituído de uma CRUZ DE OURO com uma ÚNICA ROSA VERMELHA no centro, continuou a ser o emblema máximo de todos os Rosacruzes vinculados à AMORC. Mas, o Primeiro Manifesto Oficial só ocorreria em 1915...
Representação Simbólica do Colégio Rosæ+Crucis
Manifesto Anunciando o Novo Ciclo de Atividades da AMORC
SIMBOLISMO NUMÉRICO ROSACRUZ
É muito difícil resumir em poucas páginas todo o conhecimento Rosacruz. Eu, inclusive, estou muito longe de saber o que um ROSACRUZ sabe. Nesta Senda Illuminada sou um simples neófito. Mas se uma escolha tivesse que ser feita, das obras públicas (antigas) que resumem o pensamento esotérico – ainda que segundo um traçado aparentemente exotérico – da Fraternidade, esta escolha recairia, sem receio, a meu juízo, sobre A República, de Platão. O pensamento de Plotino também está acorde com os princípios Rosacruzes. Não se podem excluir, outrossim, as reflexões de Jacob Boehme, de Robert Fludd, de John Heydon e de Thomas Vaughan. Mas, afinal, o que pode ser excluído? Atualmente, os livros publicados pela AMORC, em todo o mundo, devassaram quase tudo aquilo que era proibido ou impedido até bem recentemente. Foi tão-só no final do século XX, por motivos absolutamente especiais e impostergáveis, que a Ordem escancarou, quase que totalmente, segredos milenares, que só eram transmitidos de boca a ouvido, ou escritos de forma cifrada, com o fito de dificultar a profanação desses mesmos segredos por mentes mesquinhas, egoístas e malévolas. Prisão, tortura, flagelo e morte sempre foram as sanções impostas àqueles que, desrespeitando a regra de ouro – o silêncio – dispuseram-se a divulgar extemporaneamente a LUZ da LLUZ. O conhecimento alquímico, a KaBaLa e as Iniciações Superiores, por isso, em sua profundidade e chaves herméticas, ainda continuam secretos e guardados como um tesouro para ser decifrado por gerações posteriores. Quando me refiro à KaBaLa, estou pensando na KaBaLa Eterna. De forma alguma na cabala teológica. O que há no mercado sobre esses assuntos, constitui-se, em sua maioria, de um consórcio de tolices e de fantasias. Há, contudo, exceções. O ser humano haverá, muito proximamente, de poder novamente ter acesso a essas duas chaves maravilhosas de realização, de Luz e de Saber ilimitados. Esta certeza é inquebrantável.
Assim, hoje, "todo" (todo, entre aspas) o conhecimento tradicional e hermético está praticamente publicado e divulgado. Um esforço gigantesco para iluminar a Humanidade é envidado pela Ordo Svmmvm Bonvm e pela Ordem de Maat. Inclusive o ingresso na Ordem Rosacruz tornou-se extremamente facilitado, bastando para ser aceito na Organização comprometer-se a respeitar as leis vigentes do país em que vive o buscador e manter secretos os princípios mais esotéricos que ainda não vieram a público. No passado as coisas não eram bem assim. A intolerância religiosa, principalmente da Igreja Católica, que sofreu – como era de se esperar – desvios doutrinários ao longo da história, tendo sido os mais profundos, smj, os acontecidos durante o transcurso do Segundo Concílio de Constantinopla, sempre obrigou a Tradição a percorrer as veredas da prudência, e a não veicular seu conhecimento multimilenar abertamente. É sabido o quanto demorou Descartes para poder ser Iniciado na Ordem. Entretanto, muito recentemente, Raymond Bernard foi autorizado a divulgar em suas obras conhecimentos tão herméticos, impossíveis de serem publicamente conhecidos no início do século passado. Helena Petrovna Blavatsky, Éliphas Lèvi, Papus e Saint-Yves D’Alveydre, entre muitos outros, como por exemplo Rudolf Steiner, também contribuíram imensamente para a difusão do conhecimento iniciático. É a LLUZ, fazendo-se visível para o bem e para o evolver da Humanidade. Entretanto, o Ciclo de 108 anos deve ser cumprido... ainda que alguns acreditem que não.
Por volta da década de trinta, alguns movimentos pseudo-iniciáticos tentaram plagiar os conhecimentos arcanos, para prejuízo dos buscadores da LUZ. Como as verdadeiras Ordens Iniciáticas sempre funcionaram em mútua harmonia, solidarizaram-se entre si, e quatorze das mais antigas fundaram em 14 de Agosto de 1934, pela primeira vez na história da Tradição, uma Federação Universal para mútua proteção e defesa da herança comum. A instalação da Federação ocorreu em Bruxelas sob o título de Federation Universelle des Ordres et Societés Initiatiques, mais conhecida como FUDOSI. Esta Federação também foi extremamente importante durante a Segunda Grande Guerra, pois nos países ocupados pela Alemanha Nazista, a Gestapo atormentava e perseguia implacavelmente as Organizações Iniciáticas. Alguns anos após o término da Guerra, passados os perigos que rondavam tais organizações, a FUDOSI autodissolveu-se, e cada Fraternidade continuou a desenvolver independentemente seu trabalho, mantendo, entretanto, contatos permanentes, troca de informações e laços de amizade, que sempre caracterizaram o trabalho iniciático. As Fraternidades que compuseram, na época, a FUDOSI, foram: Ordem da Rosa+Cruz Universal, Ordem Rosacruz – AMORC, Tradicional Ordem Martinista, Ordem da Rosa+Cruz Universitária, Ordem Pitagórica, Ordem Martinista e Sinárquica, Igreja Gnóstica Universal, Sociedade de Estudos e Investigações Templárias, Ordem Kabalística da Rosa+Cruz, Ordem de Estudos Martinistas, União Sinárquica da Polônia, Ordem da Milícia Crucífera Evangélica, Sociedade Alquímica da França e Ordem da Lys e da Águia.
Carta de Sâr Hieronymus (Emile Dantinne)
Endereçada em 1933 à Harvey Spencer Lewis
Assim, a precaução com os Conhecimentos Herméticos e Iniciáticos mais elevados é fácil de ser compreendida. Os exemplos se multiplicaram no transcurso do milênio que terminou, cujas ações não encontrarão paralelo em um futuro próximo. Militarização das forças nucleares, armamentos químicos, racismo, biocidas, ódio de classes, infinitos títulos de medicamentos com os mais perversos efeitos colaterais, instalação de sociedades secretas com finalidades espúrias, fabricação de produtos químicos que poluem o solo, o ar, a água e os mais variados e múltiplos ecossistemas, experiências genéticas inadmissíveis, devastações ambientais com propósitos inconfessáveis, neo-sistemas políticos fundados tão-só na perversidade, obras de engenharia insalubres, inconvenientes e desarmônicas, políticas globalizantes (econômicas, fiscais, intervencionistas e sociais) descomprometidas com a moral, com a justiça e com o progresso real da Humanidade e preconceitos, nepotismos e locupletações de todas as magnitudes são apenas alguns poucos títulos de temas que, obrigatoriamente, serão repensados e reexaminados pelas sociedades do milênio que nasceu. O deus-demônio não prevalecerá. Não prevalecerá sobre as CONSCIÊNCIAS AVISADAS.
Talvez a Humanidade tenha que aguardar o ano de 2034 (dois mil e trinta e quatro), para poder começar a vislumbrar algum tipo de mudança efetiva, que contemple, realmente, a trilogia propugnada depois da queda do Ancien Régime. Não a fraternidade romântica dos que não sabem o que falam. Não a igualdade ideológica, pois essa é impossível de ser realizada por ser absolutamente desigual. Não a liberdade quimérica de executar o que determina o corpo astral, pois essa liberdade é uma prisão anestesiante. Não há, contudo, por enquanto, as condições necessárias e adequadas, em virtude da decadente espiritualidade própria das transições cíclico-planetárias, para uma ampla, geral e irrestrita divulgação pública do conhecimento hermético. A bem da mais cristalina verdade, acredito que nunca será divulgado tudo. Até porque certas conquistas são pessoais e intransferíveis. Mas uma ampliação e um aprofundamento substantivo desse sagrado saber já estão acontecendo.
Se um alto dignitário da Igreja Católica – Angelo Roncalli (1881-1963) – estiver correto (este Prelado, salvo informação equivocada, ainda que Iniciado em uma tradicional ordem esotérica, não foi membro da AMORC), só por volta de 2030 (dois mil e trinta) este Planeta começará a vislumbrar, tenuemente, a luz que se transformará em LUZ da LLUZ, e que iluminará efetivamente os caminhos dessa nova sociedade que povoará a Terra. A Raça que nos sucederá. Até lá, cabe a quem pode, alertar e fazer enxergar os que já conseguem perceber os equívocos tenebrosos destes tempos, e as infinitas possibilidades daqueles que estão a chegar.
Habite ricamente em todos vós a Palavra de Cristo. Ensinem e aconselhem uns aos outros com toda Sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações.
Colossenses III,16
Interessantíssimo o número 2030. Se o dividirmos por 7 (sete) o resultado será 290 (duzentos e noventa), ou seja, 290 ciclos de 7 anos. A partir de então terá início o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de sete anos d.C. Isto considerando o calendário atual. Sete é o número que simboliza o fim de um ciclo e o começo de outro.
7...8...9
Cada ano pode, inclusive, ser dividido em 7 ciclos de aproximadamente 52 (cinqüenta e dois) dias. E o dia em 7 ciclos de 3 horas, 25 minutos e, aproximadamente, 43 segundos. A biologia contemporânea conhece profundamente o significado e o valor deste número. Assim, SETE, mais do que simboliza, representa a morte de um ciclo. Sete é a foice. Sete é o fim. Mas não pode ser esquecido o Oito! E o NOVE! E há o número 72. E há outros números... Pi (3,1415), por exemplo. ALHIM.
Nesse sentido, observa-se que todas essas operações numéricas indicam que, especulativamente, próximo a 2030 um momento cósmico agonizará e outro começará a se manifestar. Inclusive o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de 7 anos por adição é igual a 12 (doze), número profundamente significativo em KaBaLa, e que, por sua vez, como se viu, por adição, é igual à Trindade. Entende-se, todavia, que esta compreensão (pensa-se que consciente em Roncalli) esteja vinculada ao término da Era Pisciana e ao início da Era de Aquarius (A Era Mental). As datas, contudo, entre os estudiosos, não são coincidentes para indicar o ocaso de um período e começo do outro. De qualquer forma, creio que o próprio Ciclo Aquariano já teve seu início. E tudo o que se especular a respeito de números, além de estar dependente de um conhecimento real e hermético a respeito da periodicidade dos ciclos cósmicos – que são diversos – quanto aos acontecimentos, estes sofrem influência direta tanto do ser individualmente, como da Humanidade como um todo como massa pensante, atuante e interatuante. Minimamente. Predeterminismo absoluto não há. Isto não posso aceitar. Há sim, possibilidade de que algo ocorra em determinada época, em função de certos fatos – que geram compensações obrigatórias – e da trajetória e dos procedimentos em curso. Mudanças, entretanto, podem ocorrer. E ocorrem. A †††††† †††††† e a ††† não prevalecerão jamais sobre o AMOR e sobre a ORDEM.
Entrementes, é preciso deixar registrado que a Ordem de Aquarius, na pessoa de seu Presidente, Serge Raynaud de la Ferrière, entende que o novo Ciclo Cósmico teria tido início em 1948 (mil novecentos e quarenta e oito). Já Raymond Bernard afirmou que a passagem da Era de Pisces para a de Aquarius teria acontecido em 5 de Fevereiro de 1962, quando todos os Planetas dos antigos encontravam-se reunidos no Signo de Aquarius. Acredita-se que esta data é mais concernente com a Tradição, desde sempre idêntica a si mesma.
Todavia, não compreendo que seja pelo imediato fim de um ciclo astrológico que outro comece prontamente a se manifestar. Principalmente na esfera daquilo que comumente é denominado de plano mental do ser humano. A entropia (humana e universal) não se transforma em negentropia assim sem mais nem menos. Isto é simplesmente impossível. Vencer crendices é difícil. Anular a reconstrução idem. Há, em realidade, uma interface de duração variável. Até porque o(s) Universo(s) muda(m) perpétua e permanentemente. Ou seja, algo permanece e nada ocorre de forma radical. Isto é leibniziano e eu acompanho. A tomada de consciência, assim, é lenta, o aprendizado é moroso. A burocracia mental reage ao novo, e o próprio organismo do homem só se revigora e renasce, por assim dizer, a cada sete anos. A travessia da caverna não é feita de súbito; passo após passo a Luz da LLUZ será alcançada. O que pode ser admitido, isto sim, é que através de mecanismos e práticas especiais, possa haver uma aceleração no processo de compreender. As próprias vicissitudes catalisam a VONTADE, e acabam impulsionando o ser para FRENTE e para o ALTO. Para o seu próprio CORAÇÃO. Por isso, acredita-se que, interpretando o pensamento de João XXIII, 2030 represente melhor um tempo de mudança.
Mas qual a importância dessas considerações? Qual sua real utilidade? Seriam confiáveis os resultados dessas operações numéricas? De onde provém tal conhecimento? O fato é que muitas previsões são feitas hoje, tal como ontem, com base em números, e são aceitas como coisa trivial. Uma gestação completa dura, geralmente, 9 (nove) meses. O movimento das marés é absolutamente previsível. Aos 21 (vinte e um) anos o ser humano alcança um nível de desenvolvimento fisiológico e mental que o habilita a assumir responsabilidades específicas ao longo da vida. Aos 28 (vinte e oito) anos, presumivelmente, a quaternidade inferior do ente humano está integralizada. As quatro estações do ano (outono, inverno, primavera e verão) têm períodos definidos e fixos de duração. Cada ano possui 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. A cada quatro anos ocorre um ano bissexto. Cada dia possui 24 (vinte e quatro) horas. Ao se avançar de um até quatro surge o DEZ, a MÃE UNIVERSAL. Seiscentos e sessenta e seis equivale a trinta e seis. Cento e cinqüenta e três (peixes) equivale a DEZESSETE. As quatro fases da Lua alternam-se ciclicamente em períodos fixos de tempo. Sistema e ordem, números e princípios geométricos, regem o Universo (Macrocosmo) e o homem (microcosmo). Com isso, todavia, pode-se erroneamente pensar em um predeterminismo absoluto em tudo e para todos. Todavia, não é assim. A inviolável liberdade de escolha faz do ser senhor de sua vida. MORTE e VIDA dependem exclusivamente dos entes. Impõe a cada ser, paralelamente às escolhas, responsabilidade total por cada ato praticado. A própria consciência (ou inconsciência – neste caso não se trata de subconsciência) de suas ações não o exime de, oportunamente, experimentar o resultado de cada opção. A Lei da Retribuição (LEI DO KARMA) não é inoperante nem punitiva. MORRER é uma opção.
E assim, na medida em que entra na posse de progressivos e mais profundos conhecimentos sobre si e sobre o mundo, e decodifica que para todo efeito que se manifesta há uma causa operante, lentamente, o ser faz (e fará) as adequações apropriadas e as mudanças obrigatórias. Ou MORRERÁ. Aprende a decantar o líquido sobrenadante e a observar as escórias até então desprezadas como coisa sem valor. Sem invocar poderes presumidamente desconhecidos, invisíveis ou hipotéticos, e sem recorrer a práticas supersticiosas ou crendices de qualquer matiz, a Humanidade está aprendendo que o Universo que conhece e tudo o que Nele está inserido se expressa em ciclos. E como afirmou Harvey Spencer Lewis, tal periodicidade equivale ao ritmo de certas repetições harmoniosas e compassadas de impulsos que são de natureza cósmica[5]. O livro Autodomínio e o Destino Com os Ciclos da Vida do autor acima referido discute em profundidade diversos ciclos de influência das forças cósmicas, na saúde, nos negócios, nas doenças, e em outros campos de manifestação da vida. Esta obra foi escrita com base em conhecimentos antiqüíssimos, e as LEIS ali expressas sempre foram do conhecimento dos Rosacruzes de todas as Fraternidades autênticas.
A batalha, contudo, é ferocíssima. O lobo interno (corpo astral) de cada um – e de todos – não permite facilmente que as trevas sejam dissipadas. O ser cai. Levanta. Torna a cair. Torna a levantar. Um dia ficará de pé. Para sempre. Compreenderá. Saberá. E voltará seus olhos para os que ainda não se recompuseram dos escombros de suas perplexidades, para auxiliá-los nessa jornada fraterna, todavia, obrigatoriamente conquistável. Bem-aventurados os que ajudaram. Bem-aventurados os que aceitaram essa ajuda. Bem-aventurados Sócrates, Platão, Jesus, Plotino, Galileu, Fulcanelli, Harvey Spencer Lewis, Ralph Maxell Lewis, Max Heindel, Raymond Bernard e Christian Bernard. Bem-aventurado Mestre Apis, O Iluminador e Bem-aventurado meu Irmão +Vicente Velado. Bem-aventurados AKHNATON e NEFERTITI. Bem-aventurada a GRANDE LOJA BRANCA que vem, através dos séculos, por caminhos desconhecidos, iluminando os passos vaidosos da sociedade humana, muitas vezes indiferente e infensa a esse trabalho sistemático e organizado, ao mesmo tempo filosófico e científico: Bem-aventurado Kut-Hu-Mi.
Pior cego é aquele que insiste em não querer enxergar. E a cegueira consentida só tem demonstrado aos seres humanos que, na maioria das vezes, os produtos de suas ações são a dor, a doença, as desgraças, o comprometimento da fauna, da flora, da atmosfera, dos limnociclos, a fome, a violência e a aniquilação. Contemporaneamente, o horror e terror. A ignorância só gera prejuízo, espera desnecessária e dor inútil. Como disse Goethe: não há nada mais terrível do que uma ignorância ativa. Ou Browning: Ignorância não é inocência, mas crime. Ou ainda Disraelli em discurso à Câmara dos Comuns em 18 de maio de 1866: A ignorância nunca resolve uma questão. E como entendo eu: as trevas são a luz dos ignorantes e o preconceito seu instrumento principal.
Mas a Alquimia Interna chegará para todos. Todos haverão de ser graduados. Ninguém ficará de fora. Rogo para que isto não aconteça. Se esta simplíssima Lei Cósmica já tivesse por todos sido percebida, as locupletações e os (pré)conceitos teriam sido abolidos, e as ações – individuais e dos governos – estariam bussoladas para o bem comum. Próximos estão os tempos dessa compreensão. Próximo está o dia no qual com o Fogo, no Fogo e pelo Fogo as transmutações serão usuais e corriqueiras, porque é apenas pelo Fogo (Fogo Crístico) que a Natureza pode ser renovada. Esta é a senda que a consciência humana está percorrendo: eikasia, pistis, dianoia, noesis. Transnoesis. YNRI (em verdade, YN-RI). Em IeSOD novas experiências aguardam a consciência humana em expansão.
Sob estes aspectos místicos e profundamente esotérico-KaBaLísticos o ano de 2030 passa a ter um significado relativo, pois no inexistente tempo, impossível de ser sentido, outros 2030 aconteceram! Passado, presente e futuro só existem na consciência objetiva do ser. 2030 pode receber uma interpretação mais adequada se for entendido, portanto, como tempo de mutação, como foram, por exemplo o nascimento de José (consagrado iniciaticamente como Jhesu, a Rosa de Sharon, o Grande AMeN da Era Pisciana), a Revolução Francesa e a Queda do Muro de Berlim. O próprio September Eleven Two Thousand One foi um dramático e terrível tempo de mutação.
Pode-se especular, ainda, que do início da Era de Aquarius até 2030, a Humanidade esteja passando por uma espécie de preparação bafejada por grandes descobertas, sobretudo no campo tecnológico, para, a partir de então, pelo entendimento dos efeitos deletérios que a própria expansão desenfreada da ciência de ponta acabou por produzir (efeitos laterais e subprodutos tóxicos e mutagênicos), redirecione as pesquisas para o BOM e para o SUMO BEM do Planeta em sua totalidade. 2030 seria, assim, um marco, uma espécie de patamar ou limite máximo negativo na história recente da Humanidade, transição para uma verdadeira nova era de compreensão, paz, amor, saúde, e saciedade. 2030 não é, portanto, conclusivamente uma data; antes é um ponto em meio a uma fronteira experiencial. Atrição, contrição, iluminação. Longo e árduo é o caminho que do inferno conduz à LLUZ. Longa e árdua é a senda que transporta ao reino interno de Sabedoria Ilimitada, de Paz ilimitada e de LLUZ Ilimitada. Longa, árdua e solitária. Entretanto, Angelo Roncalli não se referiu exatamente a 2030, mas sim a vinte séculos mais a idade do Salvador, o que resulta em 2033 (dois mil e trinta e três). Se se recordar, todavia, que o Ministério histórico de Jesus começou aos trinta anos e terminou fisicamente aos trinta e três anos e seis meses, aproximadamente, em 2034 as mudanças já estarão em curso para alcançarem seu clímax em 2106.[6] Até doze anos houve um Jesus; de doze a trinta, outro; de trinta a trinta e três anos e meio, um terceiro; e, após a crucifixão, um último. No todo todos são um. Este também se constitui em um mistério da Trindade. Verdadeiramente a vida pública de Jesus teve duração de três anos e meio. Mil duzentos e sessenta dias. 1260. Quarenta e dois meses. 42. Que se consulte o Livro da Revelação Joanita... Entretanto, há mais Simbolismo Místico em tudo isso, do que podem imaginar nossas vãs presunções de saber alguma coisa. Portanto, trinta e três anos e seis meses são, repete-se, aproximadamente, iguais a 34, que remete a 2034.
Por último é absolutamente fundamental salientar que as considerações aduzidas sobre os anos 2030, 2033 (ou 2034) e 2106 são exclusivamente da lavra deste pesquisador. Tentar interpretar profecias alheias é temerário. O que foi pensado neste ensaio não se constituiu, propriamente, de uma interpretação: mais se procurou compreender o pensamento do Papa Iniciado. Com muito cuidado, aliás. Entretanto, faz-se uma advertência fundamental: A AMORC, a TOM a OS+B e a OM estão, portanto, exoneradas do teor destas especulações (e das demais desenvolvidas neste rascunho), e só ao autor cabem os eventuais ônus (se ônus houver) de tais reflexões. Nesse sentido, as lucubrações sobre as datas supraditas exprimem, a título privado e especulativo, tão-somente uma hipótese elucubrativa. 1962 + 72 = 2034. 1962 + 72 + 72 = 2106. Contudo, acima de qualquer especulação, há os livres-arbítrios humanos, singulares e coletivos. PAZ PROFUNDA.
O PRINCÍPIO(?)
No Princípio era o VERBUM DIMISSUM INENARRABILE... No princípio era o ponto. O ponto distendeu-se em curva. A curva, em propagação, formou um círculo. Ao se fechar, havia um novo ponto no qual se focalizou o poder de distensão. O foco prolongou-se. Por causa das leis de atração, moveu-se em linha reta. As três forças primárias dividiram sua ação e ocorreu a propagação da linha em três movimentos retilíneos. E, deste modo, surgiu o Triângulo Eqüilateral representativo da Eternidade e do Universo Perfeitos.[7]
Universo e Eternidade Perfeitos
Entre 1785 e 1788 foi publicado na Alemanha o livro Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII, cujos ensinamentos têm por base a Filosofia Hermética, a Alquimia e a KaBaLa eterna. O misticismo cristão esotérico também está presente nessa obra. Recordando algumas reflexões sobre a Grande Obra, a Alquimia Prática representa e simboliza, sob o aspecto operativo, a transmutação espiritual do ser. E, nesse sentido, três estágios sobressaem: morte, purificação e renascimento místicos. Por isso a Fênix representava – e representa – o nascimento místico, que era – e é – simbolizado pela PEDRA FILOSOFAL. Assim, a Alquimia Transcendental estava emblematicamente inscrita e tinha sua equivalência na Alquimia Operativa. E vice-versa. A citação abaixo é esclarecedora:
O processo de aquecer pelo Fogo, queimar ou ferver, era usado para simbolizar a meditação como agente da evolução espiritual. O recipiente alquímico no qual a transmutação ocorria era comparado ao corpo do homem, no qual reside o Eu Interior. Os seres físico e psíquico são novamente uma dualidade representada pelo Sol e pela Lua... A transmutação é uma união, um casamento de opostos. Em termos alquímicos, é a volatilização ou evaporação dos elementos fixos, e uma fixação do volátil. Este é um modo de simbolizar a harmonização da natureza psíquica ou espiritual do homem (volátil) e a natureza física (fixa) necessária para a união mística.[8] (grifo meu).
Portanto, deve ficar claro, e é isto que os textos pretendem indicar, que a posse das chaves para decifração da Alquimia Prática só é alcançada depois de conquistado um certo grau de espiritualização, que seja concernente, propício, adequado, seguro e meritório para a prática da Arte. Uma das iluminuras dos Símbolos Secretos dos Rosacruzes dos Séculos XVI e XVII é a apresentada abaixo[9]. A simbologia deste quadro é profundíssima.
QUADRO DO CORAÇÃO HUMANO NA ANTIGA E NA NOVA CRIATURA
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII, Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 28)
Algumas observações, entretanto, merecem ser realçadas. Preliminarmente, o quadro mostra que os Rosacruzes admitem a TRINDADE DE DEUS, assim como a própria PALAVRA é TRÍPLICE. Os triângulos abaixo do coração – que simbolizam e demonstram as correspondências entre o coração do ser humano e o Sol Central e Místico no Universo – representam, por sua vez, duas séries de correspondências, a saber:
Deus
‹—›
Pai
Verbo
‹—›
Filho
Espírito
‹—›
Espírito Santo
A Trindade, por outro lado, está associada a outras tríades, habitualmente conhecidas. Nesse sentido, tem-se:
Pai ‹—› Enxofre ‹—› Animal ‹—› Espírito
Filho ‹—› Mercúrio ‹—› Vegetal ‹—› Alma
Espírito Santo ‹—› Sal ‹—› Mineral ‹—› Corpo
Combinando as informações existentes na gravura anterior com as da que se reproduzirá abaixo, novas relações podem ser observadas, quais sejam[10]:
FIGURA CABALÍSTICA
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII,
Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 41)
Série Celestial Série Natural Série Eterna
Pai Fogo Espírito
Filho Ar Pessoa
Espírito Santo Água Verbo
VERBO, CRISTO Terra Homem
Série Vegetal Série Animal Série Mineral
Raiz Adão Enxofre
Árvore Eva Mercúrio
Flor Irmã Sal
Fruto Filhos Metal
Pode-se observar que o Diagrama tem por base a TETRACTYS PITAGÓRICA, e a progressão apresentada abaixo pode ir de quatro até um ou de um até quatro, ou seja, do um aos muitos e da multiplicidade à UNIDADE. A progressão é a que segue:
4 Elementos ‹—› 3 Inícios ‹—› 2 Sementes ‹—› 1 Fruto
Fogo
Enxofre
Ar Masculino — Sol
Sal TINTURA
Água Feminino — Lua
Mercúrio
Terra
A progressão pode ser assim resumida:
a) 4 —› 3 —› 2 —› 1
b) 1 —› 2 —› 3 —› 4
Quem corretamente entender esta Tábua,
Poderá ver como se origina do outro.
Primeiro, todos ficam ocultos na quarta cifra,
Os elementos em todos os lugares,
Destes originam-se os três inícios,
Produzindo dois sexos:
Masculino e feminino, vindos do Sol e da Lua.
O Filho imperial disto provindo:
Inigualável neste mundo,
Ultrapassando todos os reinos.[11](grifo meu).
A seguir será examinada uma lâmina dos Símbolos Secretos sobre o número Três. O que se pode concluir é que, para os Rosacruzes e para todos os Místicos, um dos números fundamentais do Universo é o TRÊS. A LEI DO TRIÂNGULO (muito anterior à Doutrina da Trindade, melhor: coexistente com ela) está presente desde sempre em todo o Universo, e assim, por via de conseqüência, regula e ordena a composição e a manifestação da matéria, bem assim a expressão das energias de nous e psíquica. Tudo no Universo é conforme esta Lei. Uma demonstração conhecida e interessante apresentada pela AMORC, na qual estão combinados a LEI DO TRIÂNGULO e o princípio universal adotado pelos Rosacruzes, que reza que tudo no Universo é vibratório, está abaixo reproduzida:
Colocando-se um pedaço de vidro sobre um pedestal e espalhando areia sobre o vidro, será possível tornar manifestas as vibrações pela fricção de um arco de violino na borda do vidro e fazer com que as vibrações se propaguem pela superfície do vidro, dispondo, desse modo, a areia em várias formas... As vibrações do pensamento podem ser [semelhantemente] convertidas em desenhos e formas, como aconteceu com a areia e as vibrações físicas provocadas no vidro.[12] (grifos meus).
Dando seqüência a este estudo reproduz-se abaixo uma lâmina referente ao número três dos Símbolos Secretos[13].
SOBRE O NÚMERO TRÊS
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII,
Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 37)
Na figura reproduzida logo abaixo, tem-se a série de 7 (sete) e seus significados, apresentada sob a forma de círculos concêntricos. Adverte-se que o primeiro círculo é o do centro, e o sétimo o mais externo[14]. A série é a que se seguirá depois da figura:
SALVATOR MUNDI
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII,
Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 19)
1. A natureza de Deus
IOD HE VAV HE [26 + 72 = 98 —› TETRACTYS (17)]
2. Quatro Espíritos de Deus em um SER DIVINO
3. O espelho da natureza de Deus
4. O espelho da natureza criada
5. Espelho, poder, força e efeito da natureza
6. O reino e a beleza da natureza unida
7. O espelho do ser humano natural unificado
Outra gravura – apresentada para reflexão a seguir – também faz referência ao número 7 (sete). Observe-se que Saturno, Mercúrio e Marte estão no reino das trevas. Vênus, Júpiter e Lua estão no reino da LUZ. E o SOL está entre os dois reinos[15].
SOBRE O NÚMERO SETE
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII,
Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 24)
Muitas outras gravuras, simbolizando os temas dos quais anteriormente se fez referência, aparecem nos Símbolos Secretos. Por esse motivo recomenda-se seu exame minucioso. Deseja-se concluir esta sumária revisitação do pensamento Rosacruz transcrevendo a Tábua de Esmeralda, atribuída a Hermes Trismegistus, cuja representação esotérica está reproduzida a seguir:
É verdadeiro, certo e sem falsidade que o que quer que esteja embaixo é semelhante ao que está acima; e o que se encontra acima é igual ao que está embaixo: para cumprir-se a Obra maravilhosa. Como todas as coisas são derivadas da Única Coisa, pela vontade e pela palavra d’Aquele Único que a criou em Sua Mente, assim também tudo deve a sua existência a esta Unidade, pela ordem da Natureza, e tudo pode ser aperfeiçoado por Adaptação àquela Mente.
Seu Pai é o Sol; sua Mãe é a Lua; o Vento a leva em seu ventre; e sua nutriz é a Terra. Esta Coisa é o Pai de todas as coisas perfeitas do Mundo. Seu poder é perfeitíssimo quando tiver sido novamente transformado em Terra. Separa tu a Terra do Fogo, o sutil do grosseiro, mas com cuidado e com grande judiciosidade e habilidade.
Ele ascende da Terra ao Céu e novamente desce, renascido, à Terra, desse modo tomando para si o poder do Acima e do Abaixo. Assim, o esplendor de todo o Mundo será teu, e toda a treva de ti fugirá.
Este é o mais forte de todos os poderes, a Força de todas as forças, pois sobrepuja todas as coisas sutis e pode penetrar tudo o que é sólido. Pois assim foi o Mundo criado, e raras combinações e maravilhas de muitas espécies são obradas.
Portanto, sou chamado HERMES TRISMEGISTUS, por ter dominado as Três Partes da Sabedoria de todo o Mundo. O que tenho a dizer sobre a Obra-Mestra da Arte Alquímica, a Obra Solar, aqui está dito.[16]
TABULA SMARAGDIMA HERMETIS ( VITRIOL = VITRIOLUM )
(SÍMBOLOS SECRETOS DOS ROSACRUZES DOS SÉCULOS XVI e XVII,
Ordem Rosacruz - AMORC, Grande Loja do Brasil, p. 29)
Finalmente, é muito interessante e oportuno referir-se que existem duas maneiras pelas quais os símbolos podem ser associados à experiência (exclusivamente pessoal) da união mística. Ou o postulante medita sobre um símbolo como forma auxiliar para o estabelecimento do estado de união (que pode, por exemplo, ser um som vocálico, uma imagem, uma mandala, a chama de uma vela, ou uma das iluminuras apresentadas), ou a experiência da união pode ser percebida ou decodificada na forma de um símbolo – ou símbolos – que pode ocorrer de maneira espontânea ou deliberada.
Por último, uma transcrição do livro O Universo dos Números resume a Filosofia Mística Rosacruz no que tange aos conceitos de Unidade e de Dualidade, de Deus e da Natureza e de Arquétipo e de Tipo:
Deus é um espírito eterno, incriado, infinito,... auto-sustentado, celestial e existente, que no curso da natureza e do tempo tornou-se um homem visível, corpóreo, mortal. A Natureza é um espírito criado, natural, temporal, definido, espiritual, existente e corpóreo, uma imagem, semelhança e sombra, formada segundo o espírito eterno incriado, oculto e, entretanto visível. Deus corresponde ao arquétipo, a Natureza ao tipo. Um é a imagem e semelhança do outro. A dualidade é representada pelo olho divino através do qual Deus vê e cria tudo, e o olho da Natureza ou do céu, através do qual a Natureza vê e dirige todas as coisas terrenas.
Deus é Tudo em Tudo, na Terra e no céu, Tudo de Um e Um de Tudo, alfa e ômega [ALeF e TaV], começo e fim, eterno e temporal, primeiro e último, Deus e homem, céu e inferno, árvore da vida e árvore da morte. Um Ser e Natureza Divina se dividem em três diferentes pessoas em um só Ser. A tríade é Pai, Filho, Espírito Santo, um só Deus e Criador. Também é enxofre, mercúrio e sal, um Pai, uma Natureza. Mas a dualidade é finalmente unida em um só símbolo de círculos concêntricos.[17] (Inclusão e grifos meus).
Enfim, os símbolos, sob os aspectos aqui estudados, representam Deus, o Universo e o Ser Humano, conforme são compreendidos pela Humanidade. O Plano Divino, o Mundo e o Ser Humano podem ser considerados, apenas como modelos de estudo, como unidades individualizadas. No entanto, TUDO É UM. A sensação de isolamento e a percepção de divisão são próprias do Mundo da Concretização, Mundo cuja regra invencível é a ILUSÃO.
Um símbolo pode representar qualquer um ou os três conjuntamente. (Deus, Universo e Ser Humano). Segundo os princípios Rosacruzes, a unidade maior é composta de unidades menores representando a relação entre o UM e os muitos. Nesse sentido, os símbolos emblemam a integração psicológica ou mística do ser humano, como parte da união mística global. Os símbolos, assim, como sabem os Rosacruzes, patenteiam um estágio da humana compreensão, e constituem um veículo para a obtenção de maior e mais elevado conhecimento. Por outro lado, também exibem princípios místicos básicos reconhecidos através dos tempos. Em suma, é importante ressaltar que um símbolo não é um fim em si mesmo; é um meio para alcançar um fim. Um símbolo, em última instância, é um instrumento esotérico e, ao mesmo tempo, psicológico para auxiliar o estudante a alcançar a união mística. Todavia, a união mística pode prescindir de um símbolo específico e ocorrer por intermédio de uma via não-simbólica, na qual apenas interajam o ser singular e a Consciência Cósmica[18]. Mas, uma questão assaltou minha consciência: como simbolizar Deus?
Todos os Rosacruzes – e por extensão os martinistas e os místicos de outras fraternidades – agem e atuam tendo como sustentáculo insubstituível exclusivamente IMPERATIVOS CATEGÓRICOS. Nenhum pensamento, palavra ou ação são (ou serão) movidos ou assentes em imperativos hipotéticos. Por outro lado, quando recebem qualquer bem material ou são internamente iluminados, sabem que foi por PRIVILÉGIO CÓSMICO e MÉRITO PESSOAL, e que as dádivas recebidas devem se constituir em instrumentos auxiliadores para melhor cumprirem sua estada neste Plano. Servir, sempre que possível. Servir, ainda que pareça impossível. Servir. Sempre servir. Incognitamente. Um simples 'olá' pode mudar uam vida!
Todas as reflexões finais produzidas neste item são válidas também para membros de outras fraternidades iniciáticas autênticas, ou seja, ramos específicos da GRANDE FRATERNIDADE BRANCA. É preciso, neste momento, deixar absolutamente patente, que não há nenhuma possibilidade de preponderância de uma Ordem Iniciática sobre outra. Cada uma tem uma missão específica e não há qualquer tipo de conflito em suas múltiplas e específicas atividades. Pensar diferente é não pensar. Todas são supervisionadas e inspiradas pela GRANDE LOJA BRANCA, e os oficiais que atuam neste plano cumprem rigorosamente as orientações recebidas. São, em realidade, todas irmãs, oriundas de um mesmo Útero: a CONSCIÊNCIA CÓSMICA.
Como se aludiu anteriormente, quando a sempiterna Tradição esteve planetariamente ameaçada, durante a Segunda Grande Guerra, as Catorze Ordens Autênticas que estavam ativas naquela oportunidade, organizaram-se fraternalmente, sem, entretanto, perderem suas respectivas individualidades e abdicarem de suas missões específicas, e instituíram a FUDOSI. Decaído o iminente perigo, a FUDOSI autodissolveu-se. Nesse sentido, a Federação não existe mais em ato. Representou um momento fugaz na história da Tradição Esotérica (1934 a 1951). Em latim, FUDOSI significa Federatio Universalis Dirigen Ordines Societatesque Initiationis. Superlativamente, em suas atividades, deixou franqueado para todas as futuras gerações a irmandade que sempre existiu (e sempre existirá) entre diferentes Fraternidades, mostrando, naquele curto interstício, que: OMNIA AB UNO.
Símbolo da FUDOSI Desenhado por Sâr Alden e
Aprovado Unanimente por Todos os Delegados das
Fraternidades Constitutivas da FUDOSI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1]. Op. cit., H. Spencer Lewis, p. 23.
[2]. LEWIS, Harvey Spencer. Preguntas y Respuestas Rosacruces com la Historia Completa de la Orden Rosacruz. 5ª ed. Gran Logia Suprema de AMORC. Tokio, Tosho Printing Co., LTD., 1965, p. 37.
[3]. Ibid., p. 38.
[4]. Consultar o trabalho 666 apresentado neste site.
[5]. Op. cit., p. 16.
[6]. As Profecias do Papa João XXIII, Pier Carpi, 2a ed., p. 95. Talvez, deva ser ressaltado que os anos 2034 e 2106 surgem, também, respectivamente, da soma de 1962 com 72 e com 144.
[7]. Manual Rosacruz, H. Spencer Lewis, p. 80.
[8]. O Universo dos Números, Ordem Rosacruz - A.M.O.R.C., 2ª ed., p. 210.
[9]. Op. cit., AMORC, p. 28.
[10]. Ibid., p. 41.
[11]. O Universo dos Números, Ordem Rosacruz -AMORC, 2ª ed., p. 213.
[12]. Manual Rosacruz, H. S. Lewis, p. 101.
[13]. Op. cit., p. 37.
[14]. Símbolos Secretos..., p. 19.
[15]. Ibid., p. 24. A título de registro, recordam-se algumas passagens bíblicas que fazem referência ao número 7. Há, evidentemente, uma intenção implícita de natureza esotérico-alquímico-cabalística em cada uma destas situações. Por exemplo, os 7 braços do candelabro citado em Ex., XXV, 31, pretendem simbolizar três letras ShIN. Enfim, as passagens são as que seguem:
a) 7 vezes o sangue devia ser espargido sobre o altar (Lev., IV, 6 e 7; XVI, 14 e 19; Núm., XIX, IV);
b) 7 dias no Egito toda água era sangue (Ex., VII, 17 e 21);
c) 7 dias os filhos de Israel comeram pães ázimos (Ex., XII, 15; XIII, 6 e 7);
d) 7 braços tinha o candelabro (Ex., XXV, 31);
e) 7 candeeiros (Rev., I, 12 e 20);
f) 7 vezes o profeta mandou o camareiro banhar-se no Rio Jordão (4º Reis, V, 10);
g) 7 espíritos diante do Trono de Deus (Rev., I, 4; IV, 5);
h) 7 estrelas (Rev. I, 16 e 20);
i) 7 selos (Rev., V, 1 e 9);
j) 7 anjos e 7 pragas (Rev., XV, 1, 6 e 8);
k) 7 anjos e 7 trombetas (Rev., VIII, 2 e 6);
l) 7 trovões (Rev., X, 3 e 4);
m) Há, ainda, diversas passagens bíblicas que aludem ao sete, cujos significados (para muito além do simples relato histórico ou alegórico), só podem ser plenamente compreendidos à luz de conhecimentos estritamente cabalísticos, que, todavia, extrapolam os fins deste ensaio. Só o número 7 preencheria uma riquíssima obra de tomo. OEAOHOOE. O próprio cubo, sob um aspecto é um 6, e, sob outro, é um 7, número também associado à cruz (†).
[16]. Símbolos Secretos..., p. 29.
[17]. Op. cit., pp. 226 e 227.
[18]. ORDEM Rosacruz AMORC. Introdução à simbologia. Curitiba-Paraná: Grande Loja do Brasil, 1982, passim.
DADOS SOBRE O AUTOR
O autor é membro da Ordem Rosacruz–AMORC desde 1969. Exatamente por isso, repete e afirma enfaticamente que o conteúdo deste trabalho é de sua única e inteira responsabilidade, não cabendo à sua amada Ordem qualquer gravame ou ônus pelas considerações e especulações nele apresentadas. Peço perdão pelos eventuais erros cometidos. A Suprema Grande Loja é o órgão dirigente internacional que estabelece os princípios fundamentais de atuação da Ordem Rosacruz–AMORC em todo o mundo. Isto se aplica também à Internet. A Página da Suprema Grande Loja é www.amorc.org (domínio da Língua Inglesa). Além da Página da Suprema Grande Loja, os sites abaixo relacionados são os únicos Oficiais e responsáveis pela divulgação e pelas informações da Ordem Rosacruz-AMORC.
Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa
http://www.amorc.org/
Grande Loja da Jurisdição de Língua Alemã
http://www.rosenkreuzer.de/index-flash.html
Grande Loja da Jurisdição de Língua Espanhola para as Américas
www.Rosacruz.org
Grande Loja da Jurisdição de Língua Espanhola para Europa, África e Australásia
www.amorc.org/spanish/sp-eur01.html
Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.
http://paxprofundis.org/livros/simbolismorosacruz/simbolismo.html
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